O ano de 2008 foi de enxugar os gastos para maioria dos brasileiros que passaram a olhar assustados para crise econômica que começou nos Estados Unidos e está se alastrando pelo resto do mundo. Entretanto, para os políticos a história é outra.
Um estudo da ONG (organização não-governamental) Transparência Brasi, comprovou que, de 2008 para 2009, três quartos das Casas legislativas elevaram seus orçamentos acima da inflação oficial do período, fixada em 5,9%.
A Câmara Municipal de Belém - que até o ano passado figurava como a mais barata do País - foi a que teve o segundo maior reajuste dentre as Câmaras Legislativas Brasileiras, com 21,2%. A Assembleia Legislativa do Pará ficou em 12º lugar, mas, ainda assim, com um reajuste maior que o dobro da inflação, chegando a 13,7%.
Para elaborar o estudo, o projeto Excelências, da ONG Transparência Brasil, utiliza dados extraídos de fontes públicas, como as Secretarias de Fazenda dos estados e municípios ou coletadas diretamente nos sítios de Internet das Casas Legislativas.
O orçamento da Câmara de Belém, segundo o levantamento, pulou de R$ 34.393.596,00 em 2008 para R$ 41.690.267,85 este ano. O Legislativo da capital paraense perde apenas para Aracaju, que teve um incremento de 53,9%, saindo de R$ 18,1 milhões para R$ 27,9 milhões.
Hoje, cada um dos 35 vereadores de Belém não sai por menos de R$ 1.191.150,51. Informações, uma vez cruzadas com o número de habitantes divulgado pelo IBGE, dão conta de que o custo de um vereador por habitante é de R$ 29,27, segundo a ONG Transparência Brasil.
A conclusão do levantamento mostra que ficou mais caro para os paraenses bancarem as despesas das casas legislativas. Hoje, para manter vereadores, senadores, deputados estaduais e federais, cada um dos mais de 6 milhões de habitantes do Pará desembolsa em média R$ 92,67.
O estudo da Transparência Brasil revela ainda que, embora o cenário atual seja de crise econômica - ao contrário do que ocorria há um ano -, os Legislativos do País terão mais dinheiro para gastar em 2009.