Indignação. Essa foi a palavra usada, segundo assessores, pela governadora do Pará Ana Júlia Carepa para definir o que sentiu com a confirmação de que Belém estava fora da Copa. Ela acompanhou o anúncio em sua casa em um condomínio na rodovia Augusto Montenegro e, após alguns telefonemas recebeu o prefeito de Belém, Duciomar Costa. Depois de uma breve reunião, os dois resolveram emitir, juntos, uma nota de esclarecimento aos paraenses. No documento, governadora e prefeito constatam que “nem sempre quem joga melhor vence o jogo”. Afirmam também que Estado e município recebem a notícia com tristeza, caracterizaram a escolha como injusta e prometem que não haverá interrupções de obras planejadas em função dos jogos.
“Foi uma injustiça com o povo paraense. Mas nós vamos continuar torcendo pelo Brasil e trabalhando pelo Desenvolvimento de Belém e do Estado do Pará”. Segundo a nota, governo e prefeitura fizeram todos os esforços para que a cidade fosse uma das escolhidas. De acordo com o governo, o projeto técnico de Belém para receber os jogos foi considerado o terceiro melhor entre as dezessete cidades candidatas. “Estivemos presentes nas etapas de seleção e cumprimos todas as exigências impostas pela Fifa”, afirmaram Ana Júlia e Duciomar Costa, garantindo que Belém está estruturada para sediar eventos grandes como a Copa. Um exemplo de que a capital paraense estaria preparada para receber os torcedores seria o Círio de Nazaré, festa que reúne nas ruas da cidade em uma única manhã, mais de um milhão de pessoas. Governo e prefeitura lembraram ainda que a cidade recebeu em janeiro deste ano, mais de 100 mil que vieram de vários países para o Fórum Social Mundial.
Neste mês, a cidade foi sede de um Grande Prêmio de Atletismo, que trouxe à capital paraense, vários atletas olímpicos. Para a governadora, ao deixar Belém fora da lista de subsedes, a Fifa “não levou em consideração os critérios técnicos, a tradição e a paixão do povo paraense pelo futebol, que gera uma das mais elevadas rendas nos jogos do campeonato brasileiro”. “Temos um dos melhores estádios do país, que precisa de apenas 25% de obras de adaptação para cumprir os critérios técnicos dos organizadores do evento”, diz outro trecho da nota.
O governo criticou ainda o fato de que apesar de chamada “Copa do Meio Ambiente” a competição terá apenas uma cidade na região Amazônica como sub-sede. O Nordeste ficou com quatro cidades; o Sudeste três, o Centro Oeste e Sul do Brasil, com duas cada. “Quem perde com isso é o mundo, que não terá oportunidade de conhecer uma das mais belas e acolhedoras cidades do Brasil”.
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