sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Há motivos para comemorar o céu claro na Amazônia?


Entre os meses de agosto e setembro é temporada de queimadas na Amazônia. A fumaça dos incêndios causados pelos produtores para “limpar” o terreno para áreas de cultivo e de pastagem cobre os céus da região. De acordo com a pesquisa do cientista Omar Torres, da Universidade Hampton, nos Estados Unidos, as queimadas caíram drasticamente na Amazônia de 2007 para 2008, como mostram as imagens acima. Será que isso é uma boa notícia?
Torres e sua equipe usaram imagens do satélite Aura, da agência espacial americana, Nasa, para fazer as análises. Eles mediram a quantidade de material particulado no ar, resultado das queimadas. Ao sobrepor esses dados ao o que estava acontecendo na região em cada época, é possível perceber que o clima e o preço da soja ainda influenciam bastante no tamanho da área desvatada.
Em 2005, quando houve a maior concentração de material particulado no ar, a Amazônia enfrentou a pior seca em décadas, o que tornou a floresta altamente inflamável. A diminuição dos incêndios em 2006 seria uma consequência da queimada recorde em 2005 (não sobrou muito para queimar). Em 2007, com a alta do preço da soja e da carne no mercado internacional, as queimadas atingiram um novo pico (Leia a matéria de ÉPOCA). À queda do ano passado, os especialistas atribuem a diminuição do preço do commodities no mercado internacional e o aumento da fiscalização na região. Resta saber qual deste dois motivos terá uma influência maior nos próximos anos.
(Marcela Buscato - Blog Época)