quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Inflação nas areias

 Por: Z. Colares( do blog do Colares)
Ainda moleque, ia à praia descalço, sem camisa, apenas de bermuda. No bolso quase vazio, apenas alguns trocados e moedas do velho cruzeiro. Depois de sucessivas trocas monetárias (Réis, Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzado, Cruzado Novo, novamente Cruzeiro e Cruzeiro Real), o País adotou o Real. Eram poucos Reais, mas que garantiam a dobradinha biscoito Globo e Mate (com limão) de galão. Ainda sobrava para o clássico picolé, que sumiu depois de uma dura da vigilância sanitária.
O picolé hoje com o preço de R$ 3 (nas lojinhas sai a R$ 1,20). Colegial é mais barato, porém, a qualidade é ruim. Mudaram alguns produtos, outros resistiram ao tempo, mas a inflação segue em alta e faz com que a praia deixe de ser um programa em conta.
Do Maracanão, Ponta de Pedras a Alter do Chão, um copo de suco qualquer custa R$ 3, um pacote de biscoito  está saindo a R$ 2,50, isso mesmo. Um picolé de coco da Nestle custa a bagatela de 5 pilas! A latinha de cerveja é R$ 3, mas os ambulantes já avisam que, em breve, pulará para R$ 3,50. Barraca e cadeira, R$ 4 cada.Isso sem pensar nos Tucunarés, Tambaquis e Pirarucus da vida.
Então, um cálculo bobo. Num belo dia de sol, um casal com duas crianças vai à praia desprevinido. Aluga duas cadeiras, uma barraca. Como não estão com muita sede, bebem apenas seis cervejas. Os filhos bebem um suco ou um refri cada, dois biscoitos e quatro sorvetes. Os pais decidem forrar o estômago e vão de esfirra, quibe ou um tacacá na praçinha: R$ 4 a 5 cada . Na matemática simples, mais de R$ 80.  Se for em um peixe qualquer.
Um aviso importante, que no fundo não adiante nada: A pechincha sempre vale, muitas vezes cola, mas já encontra resistência no cartel praiano. Nas areias de Alter do Chão principalmente, onde os preços são praticamente cobrado em dólar ou euro: biscoito R$ 4, suco R$ 3,50 e cadeira R$ 5. Nem vou falar no resto, senão você nunca mais vai em Alter do Chão. Na economia da praia, já passou o tempo em que o Real, ou R$ 1, valia alguma coisa. Liso como eu... Não custa nada sonhar.