sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A perfeita comparação...

O Tiririca sabe ler e escrever!

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Quem assistiu o filme de Franco Zefirelli no seu lírico “Irmão Sol, Irmã Lua”, de 1972, depara com a seguinte cena:
Um maltrapilho entra na Basílica de São Pedro e aproxima-se do papa tentando lhe beijar os pés. A guarda papal o impede. O papa ordena que o liberem e, para surpresa de todos, agacha-se ele mesmo e beija os pés do jovem. Ao levantar-se, o papa dirige-se aos atônitos cardeais e sentencia: “enquanto nos preocupamos em saber onde está o pecado capital, esquecemos de enxergar a inocência original.”.
O jovem era Francisco, filho da cidade de Assis, na Itália: ele fora buscar a bênção do papa para a ordem que fundara, os franciscanos.
Hoje, Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, leu textos pinçados aleatoriamente pelo juiz que instrui o caso e escreveu um ditado da mesma forma cominado. Pronto, senhor promotor eleitoral do estado de São Paulo: o Tiririca sabe ler e escrever!
Não pretendo fazer paralelos entre Francisco de Assis e Francisco Silva. Apenas observar que, talvez, o Ministério Público esteja muito ocupado com o óbvio: a letra fria e dura da lei.
Chegamos aos dias em que a forma impera sobre o conteúdo que a embalagem empacota.
Cada vez que o Estado, através de leis, tenta ser o mentor moral da nação, fica a República estética demais, em nome de uma ética duvidosa e pouca assertiva.
O processo eleitoral é a essência da democracia: a única restrição a ele deve ser feita pelo voto direto e secreto. A Justiça Eleitoral deve agir restritamente na garantia da manifestação da vontade livre do eleitor.
Todas as demais restrições impostas serão totalitárias na medida em que judicializam a vontade popular.
Tirado do blog do Parsiva 5.0

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