segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Êta parazinho danado...

60 mortes em 72 horas! Esse é o "Parazão" tão grandão e "pujante" quanto ausente e incompetente!

Na tarde do último sábado o deputado estadual Carlos Bordalo, pretextando informar sobre a realização do Encontro Estadual do PT, que foi realizado em Santarém (PA), cita um dado, para dizer o mínimo, assustador.
Segundo ele, nas últimas 72 horas nada menos que 60 pessoas foram assassinadas no Pará. Para se ter uma ideia, na Bahia, com a Polícia Militar em greve, foram 57 homicídios no mesmo período. Considere a população paraense como 30% menor que a baiana e é possível perceber que a coisa anda complicada por essas bandas.
Na postagem do deputado é possível ler os nomes das vítimas e a cidade na qual foram mortas. Lógico que as cidades de Carajás e Tapajós formam a maioria dos locais no qual ocorreram os homicídios.
Apenas não se fale que as Polícias Civil e Militar estão inertes. Aqui em Marabá, pelo menos, percebe-se que existe um esforço, diria sobre humano, por parte das autoridades no sentido de realizar patrulhamento ostensivo e procedimentos investigativos. O que não existe é contingente mesmo para as operações. Marabá e demais cidades da região não tiveram até agora qualquer incremento no efetivo da tropa. Não houve a implantação de novas delegacias e, caso houvesse um acréscimo considerável de prisões, não teríamos local adequado para manter os bandidos presos, porque não foram construídos novos presídios.
Ou seja, vivemos do esforço pessoal (e diga-se, mais que louvável) de delegados, investigadores, escrivães, oficiais e praças. A eles devemos o fato da situação não estar ainda pior!
O "Parazinho" vive dias de penúria, é bem verdade. Os recursos são escassos, é bem verdade. Mas é verdade, também, que a "governança tucana" no Pará vive de escolhas ruins. Volto a lembrar que na mensagem enviada à Alepa esta semana, Jatene gaba-se de haver feito uma "economia" seis vezes maior que aquela pactuada com o Governo Federal. Vê-se logo que a "economia" de Jatene implica no "gasto" aferido através de vidas que poderiam ter sido poupadas ou crimes que poderiam ser elucidados.
É absolutamente pertinente a crítica de Bordalo. Junto-me a ela.
Mas (tem sempre um "mas", não é queridos?), não custa lembrar que durante a campanha do plebiscito, nós que defendemos Carajás e Tapajós, mostramos que esta total insegurança pública que vivemos faz-se às custas da ausência do Estado nas duas regiões. Dissemos que criar os três novos estados seria crucial para combater a violência e afastar sua genitora, a certeza da impunidade.
Infelizmente, não fomos ouvidos pelos políticos de Belém que fizeram ouvido de mercador para os apelos que saíram de Carajás e Tapajós.
Que fique registrado: Entre aqueles que se negaram a escutar nossos apelos, estava o deputado estadual Carlos Bordalo.