Se a educação rural fizesse os “deveres de casa”... os problemas da agricultura estariam solucionados
Polan Lacki*No mundo globalizado existe um macrofator que, no final das contas, determina o êxito ou o fracasso econômico dos produtores rurais; todos os demais fatores, reais ou imaginários, são menos importantes. Este macrofator chama-se eficiência, dentro e fora das porteiras das propriedades rurais. Aliás, os agricultores que já são eficientes, têm rentabilidade, são competitivos e simplesmente não necessitam de ajudas paternalistas. Os mais problemáticos, dependentes e vulneráveis são, coincidentemente, os mais ineficientes. Na América Latina, os governos não têm – e não terão em um futuro previsível – condições de compensar as ineficiências desses agricultores através de subsídios e outras ajudas paternalistas. Insistir na generalização e perpetuação dessas compensações significaria perder tempo, pois tal possibilidade é nula. Em vez de subsidiar os ineficientes, deveremos educá-los para que eles mesmos se transformem de ineficientes e dependentes em eficientes e emancipados. Entretanto, só teremos êxito nesta empreitada emancipadora se abandonarmos os eufemismos e enfrentarmos, com determinação e coragem, “a causa das causas" que está originando as ineficiências desses agricultores. Esta causa está dentro do sistema de educação rural, isto é, nas escolas fundamentais rurais, nas escolas agrotécnicas, nas faculdades de ciências agrárias e nos serviços de extensão rural.