Evangélicos vão resistir à proibição de aluguel de horário na TV

O governo
prepara mudanças para a radiodifusão que, antes mesmo de se tornarem
parte de uma proposta concreta, já estão causando rebuliço no setor.
Documento divulgado pela Folha de S. Paulo revela que há a
intenção de atualizar o Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, e
uma das ideias é acabar com o aluguel de horário na programação de
emissoras de rádio e televisão.
Isso afetaria
diretamente os maiores grupos evangélicos do País, que mantêm programas
em boa parte dos canais abertos. Representantes religiosos no Congresso
já afirmaram que farão o possível para barrar o texto, se ele vier mesmo
a ser apresentado dessa forma.
“O que motivaria o
governo a tomar essa medida? Há alguma reclamação do público? Acho que
não. Se há uma brecha na lei, tem que passar pelo Congresso. Somos
radicalmente contra”, disse à Folha o deputado João Campos (PSDB-GO), presidente da bancada evangélica.
Ainda de acordo com o
jornal, as igrejas Mundial do Poder de Deus, Universal do Reino de Deus e
Internacional da Graça de Deus estariam entre as principais
prejudicadas. A primeira ocupa 10h30min semanais da grade da RedeTV!; a
segunda, 10 horas na Gazeta; e a última, 2h05min na Bandeirantes.
“O governo vai ter uma
briga com milhões de religiosos”, afirmou o deputado Lincoln Portela
(PR-MG), líder do partido. “Essa mudança não passa nunca. A própria
Record aluga programa para a Universal.” O fundador da igreja, o bispo
Edir Macedo, é dono da Record.
Dos 513 deputados que compõem a Câmara, 66 pertencem à bancada evangélica. No Senado, eles são três entre os 81.