Esquema desviou mais de R$ 13 milhões da ALEPA
Mário Couto é acusado de chefiar esquema conhecido por “Tapiocouto”, quando presidente da Alepa
Senador Mário Couto é um tipo curioso. Coleciona dezenas de processos por estelionato, corrupção, infâmia, calúnia e até racismo, mas costuma agir como o batedor de carteiras que foge gritando “pega ladrão!” para confundir a polícia. Nos últimos tempos, o truque histriônico não funcionou mais. A máscara do senador do PSDB começou a cair ao ser acusado de corrupção pelo Ministério Público do Estado, acusado pelo desvio de mais de R$ 13 milhões em recursos públicos, no esquema que ficou conhecido por “Tapiocouto”, quando presidiu a Assembleia Legislativa.O caso que serviu para batizar a maracutaia envolveu a empresa JC Rodrigues de Souza, de propriedade de José Carlos Rodrigues de Souza. Registrada como fabricante de farinha de tapioca e derivados, sempre saía vitoriosa de licitações da Casa para serviços diversos. A firma forneceu materiais elétricos e prestou obras de engenharia, entre os anos de 2005 e 2006, recebendo mais de R$ 2 milhões pelos serviços. O presidente da AL na época era Mário Couto e a integrante da Comissão de Licitação era a ex-mulher do empresário, Daura Xavier Hage, que chegou a ser presa temporariamente durante as investigações do MPE.
Em 2007, a ex-deputada Regina Barata (PT) chegou a denunciar o fato no plenário da AL, mas os crimes permaneceram impunes. Na ocasião, o caso ganhou o jocoso apelido de “Tapiocouto”. A referida empresa, cujo nome de fantasia é Croc Tapioca, também fornecia farinha de tapioca que era utilizada na Assembleia para o preparo de mingau aos deputados e assessores em plenário.
Furioso com a decretação de bloqueio de seus bens e contas bancárias por conta do desvio dos recursos, Mário Couto fez uma viagem de volta ao seu passado para empregar os mesmos métodos da contravenção e do crime organizado: a intimidação e a chantagem.