sexta-feira, 26 de julho de 2013

Denúncia: Comércio de drogas na Penitenciária de Santarém

OAB confirma comércio de drogas na Penitenciária de Cucurunã

Ex-diretor Vianei Lira mostra situação ao presidente da Subseção da OAB, Dr. Ubirajara Filho

Vianei Lira e Dr. Ubirajara
Vianei Lira e Dr. Ubirajara
Em visita realizada na terça-feira, 23, no Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura (CRASHM), a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção de Santarém, constatou diversos problemas que ocorrem envolvendo presos na casa penal.
A visita aconteceu após a OAB receber ofício do Comandante da Polícia Militar em Santarém denunciando uma série de situações que causam preocupação à sociedade, por se tratar de informações gravíssimas sobre as condições estruturais da mencionada casa penal sobre detentos cavando túneis para fuga, comercialização de drogas dentro da Casa Penal, de celulares, armas de fogo, armas brancas e até de detentos fazendo churrasco dentro da Penitenciária.
Participaram da inspeção o presidente da OAB/ Santarém, Dr. Ubirajara Bentes Filho e os membros da Comissão de Direitos Humanos e Diretoria Subsecional, advogados Ítalo Melo de Farias, Gracilene Maria Souza Amorim, Francisca Dias, Wallace Carneiro e Edvaldo Feitosa Medeiros.
Em contato com os membros da OAB, o ex-diretor Vianei Lira declarou que as denúncias de venda de material entorpecente dentro da Penitenciária procedem. Durante uma reunião, Vianei Lira informou que a situação no Pavilhão de Presos Provisórios do Presídio está bastante complicada.
No referido pavilhão, segundo Vianei Lira, os presos destroem cadeados, quebram grades e, apesar das tentativas da direção em consertar, eles usam outros mecanismos e táticas para destruir a segurança do local. O ex-diretor também confirmou que o suprimento de fundos da SUSIPE é de apenas R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) mensais e somente nesse mês despendeu cerca de R$ 700,00 (setecentos reais) com a compra de cadeados, de modo que não se pode fazer nada com um valor tão irrisório diante das necessidades da Casa Penal.
Hoje, segundo o ex-diretor, o Presídio de Cucurunã tem a estrutura mais precária de todo o Estado do Pará. Apesar das tentativas em manter a disciplina, Vianei Lira declara que de fato há um comércio de drogas dentro da penitenciária e o uso de celulares também é uma constante, apesar das revistas feitas diariamente e da apreensão desses objetos e de drogas por ocasião das incursões.
Lira destaca que o resultado das vistorias nos pavilhões e celas é encaminhado para a SUSIPE, para o senhor Sérgio Bitar, que durante os trabalhos de investigação do órgão já conseguiu desbaratar quadrilhas do tráfico de drogas pelo rastreamento desses celulares. Lembrou que continuam as tentativas para bloquear o uso de celulares dentro da Casa Penal, informando que o Ministério Público doou um aparelho que irá servir para essa finalidade e estão aguardando sua instalação.