Gracicleide Braga é acusada pelo próprio Ibama de Brasília de autuar laranjas

Ibama
transformou em superintendente Gracicleid, uma servidora que a própria
instituição de defesa do meio ambiente, acusa de ser suspeita de
irregularidades administrativas
Nossa equipe de reportagem recebeu
informações que apontam que o Ibama Nacional transformou em
superintendente Gracicleide dos Santos Braga, uma servidora que a
própria instituição de defesa do meio ambiente, acusa de ser suspeita de
irregularidades administrativas e conluio com desmatadores. Segundo a
Nota Técnica subscrita pelo Analista Ambiental Sérgio Suzuki, O Ibama
analisou sete casos de autuação e concluiu que possivelmente servidores
de todo o Brasil multaram laranjas para beneficiar criminosos.
A Nota Técnica, S/N, em seu CASO 01,
página 07 do caso, cita o AUTO DE INFRAÇÃO N° 472.380-D e lança sérias
suspeitas de irregularidades na autuação de Gracicleide, ao afirmar que a
“autuação foi em área inferior” a realmente desmatada. Na Nota, Sérgio
Suzuki e o Ibama recomenda “a análise do processo com vista a dirimir
dúvidas e caracterizar má-fé no processo de autuação”; e também relata
que o “o nome do autuado, Antônio do Oliveira, pode ter sido utilizado
para ocultar o(s) nomes do(s) verdadeiro(s) responsável (s) pelas
infrações ambientais, no caso do auto de infração N° 472.380/D” chamando
atenção ao Auto de Infração n° 472.380-D, processo
02048.000995/2007-72, e prossegue, “sendo necessário o aprimoramento das
análises e dos processos referentes aos autos de infração para se
evidenciar consórcio com vistas a beneficiar infratores ambientais para
que os mesmos lograssem proveito”. O Ibama afirma na Nota Técnica de
Sérgio Suzuki que o auto de infração suspeito foi lavrado pela servidora
Gracicleide Santos Braga, analista Ambiental e fiscal.
Ás páginas 05 do caso 07 da referida
Nota Técnica,ao analisar outro auto,Auto de Infração N° 472.384-D,
novamente o Ibama afirma suspeitar de irregularidades contra Gracicleide
dos Santos Braga pois o auto foi lavrado em área menor que o polígono
apontado nas imagens de satélites, ou seja,segundo o Ibama, Gracicleide
dos Santos Braga deixou de autuar uma área de 853 hectares (equivalente a
853 campos de futebol), processo 02048.001027/2007-83, em nome de
Anselmo Teixeira. O alarmante de tudo isso é que em ambos os casos o
Ibama afirma que o agente fiscal que cometeu possíveis irregularidades é
a servidora Gracicleide dos Santos Braga que, estranhamente, mesmo após
ser acusada pelo órgão, acabou sendo promovida a gerente de Marabá e
hoje é Superintendente no Estado do Amapá.
Nossa equipe identificou uma possível
lógica nas ações da administração do Ibama, pois pessoas que
comprovadamente fizeram denúncias ou têm algum envolvimento suspeito com
processo de apuração de autos que envolvam laranjas, foram agraciadas
com DAS’s, cargos e remoções. Foi assim com Gustavo Podestá no episódio
do memorando 305, já denunciado, e agora, os dados mostram que tudo se
repete com Gracicleide dos Santos Braga no caso do Auto de Infração N°
472.380-D.
No dia 14/04/2010 a Analista Ambiental
Gracicleide dos Santos Braga é exonerada, a pedido, de seu Cargo no
Escritório Regional Oiapoque/AP. Em junho do mesmo ano, depois de uma
rápida viagem a Brasília, surge em Novo Progresso como coordenadora de
Operação com toda uma equipe do Amapá. Depois dessa operação Gracicleide
não mais retornou para Oiapoque e, passou a viver viajando com diárias
ou DAS/Diárias. Nossas pesquisas mostraram que no primeiro semestre de
2010 a servidora só havia viajado em abril, porém, no semestre depois da
viagem a Novo Progresso, recebeu várias diárias, sempre por longos
períodos, por exemplo, em 10/06/2010, 16/06/2010, 12/07/2010,
13/07/2010, 22/07/2010, 18/08/2010, 15/09/2010, 26/10/2010, 26/10/2010,
08/11/2010 e 03/12/2010, ou seja, junho, julho, agosto, setembro,
outubro, novembro e dezembro, recebendo um total de R$ 22.517,00 reais,
fonte: portal transparência. E não parou mais, em 2011 continuou
viajando e recebeu diárias em 11/02/2011, 23/02/2011, 02/03/2011,
11/04/2011, 11/05/2011, 25/05/2011, 15/06/2011, 24/06/2011, 21/09/2011,
08/11/2011, 17/11/2011, 23/11/2011, 24/11/2011, ou seja, fevereiro,
março, abril, maio, junho, setembro e novembro, num total de 22.484
reais. Fonte Portal Transparência. Em 05/01/2012 foi alçada a Gerente de
Barra das Garças, depois Gerente em Marabá no Pará, e hoje
Superintendente do Amapá, com DAS.
Quem acompanhou o caso do servidor
Gustavo Podestá, que foi informado através do memorando 305 por servidor
do Ibama/Santarém de irregularidades em autuações, e, ao invés de
apurar as irregularidades, denunciou o denunciante, sendo posteriormente
agraciado com o cargo de Chefe de Gabinete do Ibama, acaba fazendo a
ligação com o caso de Gracicleide.
De acordo com denuncia recebida em nossa
redação, “com essa política, o Ibama dá um tapa na cara de cada
brasileiro. Mostra ser um órgão esquizofrênico quando transforma em
Superintendente de Estado um servidor sob o qual ele próprio lança
sérias suspeitas de irregularidades. Que tipo de critérios são
utilizados num órgão que acusa um servidor de agir ilegalmente e ao
mesmo tempo o gratifica com cargos importantes? Como é o caso de
Gracicleide. Qual o número do processo aberto no Ibama para apurar as
suspeitas lançadas na Nota Técnica contra Gracicleide? O Ibama já abriu
processo para apurar o caso Gustavo Podestá? O que esperar de um chefe
de gabinete que é suspeito de sumir com documentos? Quais os verdadeiros
motivos de um servidor sob suspeitas assumir uma gerência tão
importante da Amazônia, como é Marabá e, hoje, uma superintendência
Estadual?A referida Nota Técnica pode levar a anulação de autos de
infração que remontam ao valor de aproximadamente de R$ 550 milhões. A
quem interessa esse desserviço ao meio ambiente?” questiona a denuncia.
Por: Edmundo Baía Junior/impacto