Comissão de ética do partido tem sinal verde para enquadrar
ministros que ainda integram governo petista
Presidente do PMDB e vice-presidente da República, Michel
Temer acionou os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, homens da sua
confiança, para que encaminhem à Comissão de Ética do partido o pedido de
expulsão de Helder Barbalho, Kátia Abreu e outros filiados ao PMDB que insistam
em permanecer como ministros do governo Dilma Rousseff.
Michel Temer quer ver cumprida à risca a determinação do
Diretório Nacional do PMDB que decidiu desembarcar do governo Dilma e deu um
prazo até o dia 12 de abril para que todos os ministros e filiados que detenham
cargos o devolvam ao governo federal.
A cúpula do PMDB, reunida na sexta-feira, em Brasília, ficou
irritada ao ver que parlamentares do partido, com a ministra da Agricultura
Kátia Abreu e o ministro dos Portos, Helder Barbalho, manobram abertamente para
permanecer no governo, inclusive nomeando apaniguados para cargos de
importância na estrutura do governo do PT.
No caso de Helder Barbalho, a indicação do o ex-senador Luiz
Otávio Campos - filiado ao PMDB e aliado incondicional do honestíssimo senador
Jader Barbalho (PMDB) - para a direção geral da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq).
Luiz Otávio Campos ocupava a secretaria-executiva do
Ministério dos Portos, comandado por Helder Barbalho, e até outubro de 2015
exercia a mesma função, de número dois, no Ministério da Pesca e Aquicultura,
extinto pela presidente Dilma e que teve sua estrutura incorporada ao
Ministério da Agricultura.
Coordenador político informal da presidente Dilma na luta
para derrubar o pedido de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados, o
ex-presidente Lula teve um encontro de portas fechadas com Jader Barbalho em
Brasília.
Após o encontro, Helder Barbalho confirmou sua intenção de
permanecer no Ministério dos Portos, em claro desafio à orientação do Diretório
Nacional do PMDB, e ainda se comprometeu a cabalar votos a favor de Dilma no
processo de impeachment.
Em busca de mais benesses do governo federal, como
moeda de troca para votar contra o impeachment de Dilma, Jader Barbalho
assegurou os três votos de sua família na Câmara dos Deputados.
No Pará, nas eleições de 2014, quando Helder Barbalho levou
uma sova de Simão Jatene na disputa pelo governo do Estado, o PMDB elegeu para
a Câmara dos Deputados Elcione Barbalho (ex-mulher de Jader), Simone Morgado
(atual mulher de Jader) e José Priante (primo de Jader). Ninguém fora do
círculo familiar conseguiu se eleger pelo PMDB.
No começo da “operação toma lá, dá cá,” já na semana passada
Helder Barbalho havia autorizado a Companhia Docas do Pará (CDP), subordinada
ao Ministério dos Portos, a publicar o balanço da empresa no jornal da família
Barbalho, a um suposto custo de R$ 960 mil.
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