Desde sua fundação, o Partido dos
Trabalhadores, depois de 21 anos da Ditadura Militar (1964 a 1985),
democracia nunca foi o seu desejo. Pregava a ética e a honestidade com
dinheiro público. Na oposição, sem admitir legendas aliadas, apoquentava
a vida dos ex-presidentes José Sarney, Itamar Franco, Fernando Collor e
Fernando Henrique Cardoso com pedidos de impeachment, fora ruidosas
passeatas e incentivo à greve. No governo, há 13 anos e meio, a coisa
mudou, jogou a ética e a honestidade no ralo, assaltando órgãos
públicos, patrocinando, com o dinheiro da União, o Mensalão, para
comprar partidos e políticos para aprovar matérias de interesse do
governo no Congresso. Fazendo o mesmo com a Petrobrás, que foi assaltada
até ser descoberta para financiar seu projeto de poder, que redundou,
junto com pedaladas e falta de cumprimento com a lei de Responsabilidade
Fiscal, no pedido de impeachment aberto na Câmara Federal, que deve ser
votado na próxima semana. Agora, os petistas falam do remédio jurídico
ser ilegal e um atentado à democracia, o que não é, afirmam ministros do
Supremo. O tempo passa, vale a pena lembrar. Os deputados do PT, no
Congresso Nacional, não votaram na eleição indireta em Tancredo Neves
para presidente e nem assinaram a Constituição promulgada em 1988. Dos
seus 7 deputados à época, os dois que assinaram foram expulsos do
partido. Falar no que não ajudaram a construir, num momento de agonia,
não deve fazer bem.