sábado, 30 de abril de 2016

Não confunda rispidez com capacidade



Shot 04-25-16 at 09.18 PM
Há 50 anos no PMDB e um dos mais longevos políticos brasileiros, o ex-governador, ex-deputado federal, ex-ministro e ex-senador gaúcho Pedro Simon, aos 86 anos, embora aposentado, continua sendo uma das mais bem avaliadas referências da boa política nacional.
Simon é um dos defensores do novo mantra que um grupo de senadores tenta entoar na República: uma espécie de movimento “nem Dilma nem Temer”, que faria chover através de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) instituindo eleições para presidente e vice-presidente da República no vindouro mês de outubro, juntamente com as eleições municipais.
A ideia dificilmente vingará, tanto no Congresso quanto, se aprovada, no Supremo Tribunal Federal, por conta do princípio da anualidade do Direito Eleitoral, que determina que toda mudança no processo não tem vigência no mesmo ano em que que é instituída.
Para que a empreitada vingasse, seria necessário um pacto nacional, incluídos todos os partidos e o STF, ou, mais remoto ainda, tornar-se-ia um imperativo constitucional, se tanto Dilma Rousseff quanto Michel Temer renunciassem.
Mas nesse último caso, a inusitada avacalhação nacional tomaria a forma do nosso maior pesadelo: o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seria, por 90 dias, o presidente da República e comandaria, nesse período, a eleição para presidente e vice.
Menos mal ter Eduardo Cunha por três meses do que Michel Temer por dois anos? Essa é a mais perfeita tradução daquele adágio do bicho que nos come se ficarmos e nos pega se corrermos.
Mas eu acabei virando um anacoluto: o assunto da postagem seria a entrevista que o Pedro Simon deu à Folha de S. Paulo no domingo (24). Leia-a aqui.