Em alguns pontos da Rodovia o mato cobre as precárias sinalizações
Em alguns pontos da Rodovia o mato cobre as precárias sinalizações e o perigo ronda em toda sua extensão
A falta de manutenção da rodovia
Everaldo Martins (PA-457), que liga a zona urbana de Santarém ao
balneário de Alter do Chão, gera insatisfação de condutores de veículos.
A menos de um mês para o início das férias escolares, quando aumenta o
fluxo de veículos para a vila balneária, os motoristas denunciam que a
PA-457 foi abandonada pelo Governo do Estado.
Quem trafega no trecho compreendido
entre a Rodovia Fernado Guilhon e a Comunidade de Caranazal, constata a
falta de acostamento dos dois lados da via, mato adentrando na rodovia e
buracos na pista de rolamento. Por conta dos problemas na Rodovia
Everaldo Martins, vários acidentes foram registrados, nos últimos meses,
na principal via de ligação entre Santarém e Alter do Chão, conhecida
mundialmente como o “Caribe Brasileiro”.
No início de 2016, foi assinada uma
ordem de serviço para as obras de recuperação e manutenção de três
rodovias estaduais em Santarém, entre elas, a PA 457, porém, segundo os
moradores de São Brás, nada foi feito até hoje.
Em protesto contra um grave acidente que
aconteceu no ano passado, moradores das comunidades pertencentes ao
Eixo Forte, fizeram uma caminhada. Eles cobraram das autoridades de
trânsito a falta de acostamento na Rodovia Everaldo Martins e ainda
lembraram do acidente de ônibus que atropelou uma idosa de 58 anos e seu
neto de 08 anos, no trecho em frente à comunidade de São Brás, ocorrido
há um ano.
ENTENDA O CASO: Um
ônibus atropelou uma mulher e três crianças no final da tarde do dia 6
de maio de 2015, na PA-457, em Santarém. Tereza da Rocha Queiroz, de 58
anos; e Ryan Kaique Pereira Queiroz, de 8 anos, morreram vítimas do
acidente.
Tereza ainda chegou a ser socorrida por
populares, em um carro particular, mas morreu a caminho do hospital. As
três crianças foram levadas em estado grave para o Pronto Socorro
Municipal (PSM). Segundo familiares, Ryan sofreu traumatismo craniano,
chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu e morreu na madrugada do
dia 7 de maio de 2015. Duas meninas, uma de 8 anos e outra de 10 anos,
foram hospitalizadas e recuperadas do acidente.
Segundo testemunhas, o ônibus saiu de
Alter do Chão, com destino a Santarém, e no momento em que tentou fazer a
curva, no quilômetro 7 da Rodovia, na comunidade São Brás, atingiu a
mulher e as três crianças que andavam pelo acostamento. “Vinham duas
crianças atrás, o ônibus veio, pegou as duas lá e como a mulher aqui na
frente ouviu a batida, e se apavorou, ela foi voltar e o ônibus pegou as
duas, a mulher e outra criança, de frente. Não tinha nada, a estrada
estava limpa, o motorista vacilou”, disse uma testemunha que preferiu
não se identificar.
FALTA DE FISCALIZAÇÃO: Além
das precárias condições de trafegabilidade da rodovia, motoristas e
moradores de comunidades localizadas às margens da PA-457 reclamam da
falta de fiscalização no local, principalmente nos fins de semana,
quando aumenta o fluxo de carros e motocicletas.
A falta de barreira do Pelotão de
Trânsito da Polícia Militar (Ptran) na Rodovia Everaldo Martins,
preocupa os moradores da comunidade São Brás. A estrada dá acesso a
vários balneários da cidade, como a vila de Alter do Chão, e o fluxo de
veículos costuma aumentar durante os feriados e datas festivas.
O convênio da Polícia Militar (PM) com a
prefeitura de Santarém, que foi assinado em junho de 2014, encerrou no
dia 10 de junho do ano passado. Já o convênio da PM com o Departamento
Estadual de Trânsito (Detran) expirou no dia 5 de julho, ainda de 2015.
Por isso, o policiamento de trânsito está desativado.
A Polícia Militar está atuando somente
no policiamento ostensivo geral e só pode intervir em situações de
trânsito quando houver crime, por isso a barreira que a Polícia costuma
fazer na PA-457 nos períodos de grande fluxo de veículos não está sendo
feita.
O lixador de marmoaria Celso Santos
destaca que as situações de imprudência têm aumentado na Rodovia.
“Estava observando aqui próximo três pessoas em uma motocicleta, que
todo mundo sabe que isso é irregular e com uma criança no meio e a
pessoa sem capacete. Isso é um absurdo. Com os agentes da Polícia
fazendo barreira, já não respeitam, sem barreira é pior ainda”, conta.
RISCOS: Para os
moradores, a falta de fiscalizações na Rodovia aumenta o risco de
acidentes. “Não tem um fiscalização para saber quem está bebendo. Isso
convém para acidentes, para menores dirigindo bêbado e tudo isso
prejudica o trânsito”, reclama a dona de casa Adriana Damasceno.
O comando do 3º Batalhão de Polícia
Militar (3º BPM) informou que há condicionantes exigidas para a
renovação do convênio. A Polícia Militar explica que entra com material
humano e a Prefeitura entra com recurso materiais, tipo viaturas, rádios
e materiais que vão dar suporte às ações.
Tanto a Prefeitura, quando a PM afirmam que as fiscalizações se dão por meio de convênio com o Detran.
Por: Manoel Cardoso