Órgão revelou a existência de crime organizado no eixo da BR-163, na região oeste do Pará
Sargento João Luiz foi morto durante missão
Depois da equipe do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),ter sido
atacada durante a operação denominada “Onda Verde”, de combate ao
desmatamento ilegal na Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, em Novo
Progresso, com apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado do
Pará (Segup), o órgão revelou a existência de crime organizado no eixo
da BR-163, na região oeste do Pará.
Durante fiscalização na FlonaJamanxim, a
equipe do Ibama foi atacada a tiros na tarde do dia 17 de junho, deste
ano. O 1º sargento João Luiz de Maria Pereira, do Grupamento Tático
Operacional do Comando Regional da PM de Itaituba, foi assassinado numa
emboscada após a destruição de acampamento ilegal de madeireiros dentro
da unidade de conservação federal.
Em depoimento à Policia Civil de Novo
Progresso, integrantes da equipe relataram que o homicídio ocorreu por
volta de 15h30 do dia 17, no entorno de uma estrada de terra conhecida
como Vicinal da Francy, a cerca de 80 km da área urbana de Novo
Progresso. Os agentes de fiscalização, com apoio do Grupamento Tático,
destruíram o acampamento. Ninguém foi encontrado no local. Em seguida,
ao dar continuidade às ações de fiscalização na região, o grupo sofreu a
emboscada. Baleado no pescoço e no ombro, João Luiz foi socorrido pela
equipe, mas morreu cerca de 40 minutos após o ataque.
Os agentes federais e estaduais estavam
no interior da Flona desde o dia 15 deste mês. Às vésperas do homicídio,
foram apreendidos um trator, um caminhão e vários motosserras, que
pertenceriam ao grupo responsável pelo acampamento ilegal e pelo ataque
criminoso.
Criada em 2006, a Flona do Jamanxim
possui 1,3 milhão de hectares – cada hectare equivale a um campo de
futebol. Integra a região mais crítica do desmatamento na Amazônia.
O homicídio está sendo investigado pela
Polícia Federal (PF). “O Ibama se une à família e aos amigos do sargento
João Luiz, recebendo com dor esse crime brutal. Agradecemos muito sua
contribuição na proteção da Amazônia”, disse a presidente do Ibama,
Suely Araújo. Equipes foram enviadas ao local para reforçar o combate ao
desmatamento.
“O assassinato na Flona do Jamanxim é
resultado da ação do crime organizado no eixo da BR-163, com o objetivo
de deter a atuação legítima do Ibama e seus parceiros na Operação Onda
Verde. Lamentamos profundamente a morte do sargento João Luiz, que
resultará em uma atuação ainda mais firme do Estado brasileiro contra
aqueles que lucram com a destruição do patrimônio ambiental do país”,
afirmou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo.
A Onda Verde é uma operação preventiva
de combate à extração ilegal de madeira, realizada em áreas críticas de
desmatamento na Amazônia, com base em alertas gerados pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Na manhã de domingo, 19, o titular da
Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup),
JeannotJansen, esteve na cidade de Santarém, no oeste do Pará, onde
acompanhou o velório do sargento da Polícia Militar do Grupamento Tático
de Operações, João Luiz Maria Pereira, morto durante uma ação do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) contra madeireiros dentro da reserva Jamanxim, localizada no
município de Novo Progresso. O militar estava lotado em Itaituba.
acompanharam o general Jansen, o delegado geral da Polícia Civil, Rilmar
Firmino; e o comandante da Polícia Militar, coronel Roberto Campos.
COMBATE AO CRIME ORGANIZADO: Durante
o velório realizado na Igreja Assembleia de Deus da Alvorada, no bairro
São José Operário, em Santarém, o secretário JeannotJansen prestou as
condolências aos familiares do militar de 45 anos, dos quais 24 voltados
ao serviço na corporação. “Estamos prestando nossa homenagem ao agente
de segurança e nos solidarizando à família. Lamentamos muito a perda do
militar, mas ressaltamos que temos orgulho do sargento e a satisfação
pela dedicação e a bravura dele. Não deixaremos essa morte sem o devido
esclarecimento, já determinei a intensificação das buscas aos
responsáveis pelo homicídio, já temos um inquérito e várias linhas de
investigação”, enfatizou Jansen.
A PM tomou todas as providências para o
traslado do corpo do integrante do GTO para Santarém, além de prestar o
apoio psicossocial aos familiares. O sargento José Luiz era divorciado
há dois anos e deixa duas filhas, uma de 21 e outra de 15 anos. Com
honras, o militar foi sepultado por volta de 16h30, de domingo 19, no
cemitério do Mararú, em Santarém.
Além de familiares, amigos de infância e
“de farda” prestaram as últimas homenagens a José Luiz. No sábado, 18,
durante o transporte do corpo entre o aeroporto e o local do velório,
realizado numa Unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros, militares,
posicionado em frente ao 3º Batalhão da PM, prestaram continência em
homenagem ao sargento. Vários veículos da área de segurança e
particulares participaram do cortejo.
VIDA: Antes mesmo de
compor o quadro da PM, o policial foi soldado do Exército Brasileiro. O
sargento era um de cinco irmãos e filhos dos cearenses Francisco Luis
Soares e Francisca de Maria Pereira. O irmão Charlisval Soares, 43,
destacou a disciplina do irmão. “Sempre estudou e acabou por se formar
em Educação Física, cuidava do corpo. Ajudava sempre a família e no
financiamento do estudo das filhas. Sempre apaixonado por missões,
estava atualizado nos treinamentos”, disse o irmão. “Perdemos um
profissional comprometido. Ele era linha de frente, altamente treinado e
muito disciplinado”, salientou o cabo Rivelino da Rocha, 35 anos, da
Associação dos Militares Estaduais do Oeste do Pará. “Batizei o meu
filho com o nome dele, José Luiz, pois ele era um exemplo de ser humano é
um grande amigo”, disse Francinete Santos, de 41 anos.
FORÇA TAREFA CAÇA MATADORES DE SARGENTO DA PM: Seis
pessoas foram presas em ação do Ibama, no Município de Novo Progresso,
acusadas de desmatamento, em uma área embargada, dentro da
FlonaJamanxim.Durante a operação, foram apreendidos, dois motosserras,
uma espingarda, um caminhão Mercedes, cor azul, placas JYS-9802, da
Cidade de Sinop, Estado do Mato Grosso e um trator de esteira, modelo AD
14D. Os acusados foram levados para a carceragem da Delegacia de
Polícia Civil de Novo Progresso.Em entrevista à imprensa, os presos
negaram participação no esquema de desmatamento dentro da FlonaJamanxim.
Eles comentaram que cada um são proprietários de 42 hectares de terra
naquela região e, que são agricultores. Os presos acrescentaram que o
trator e o caminhão não lhes pertencem.
Tropas de elite estão em Novo Progresso.
O objetivo da missão é localizar e colocar na cadeia os matadores do
sargento João Luiz. Uma força tarefa foi montada com a participação de
homens Polícia Militar do Pará, da Força Nacional de Segurança, IBAMA e
ICMBio, com o objetivo de desbaratar e retirar de dentro da reserva
pessoas que estão retirando madeira ilegal na Flona Jamanxim. Um
inquérito apura a morte do policial.

Rayllane, Zé Índio e Ivan “Pastor”, foram presos ao darem cobertura ao acusado de ter matado policial
OPERAÇÃO “URSO BRANCO” CAÇA SUSPEITO DE MATAR PM: Uma
operação denominada “Urso Branco” que envolve policias militares de
Itaituba; Santarém e Novo Progresso, além de policiais civis de Itaituba
e Belém esta caçando o assassino do sargento João Luiz em NP. A
operação esta sendo realizada na Flona Jamanxim, região do município de
Novo Progresso. A Polícia procura um elemento identificado por Lucas
Oliveira, que já foi preso antes por latrocínio (roubo seguido de
morte). Sua foto foi encontrada no arquivo da Polícia e divulgada.
A operação iniciou no sábado, 18 de
junho, e na tarde de terça feira, 21 de junho, o serviço reservado do
15ª-BPM chegou até Rayllane Gonçalves Silva, companheira de Lucas, que
também estava na mata quando ocorreu o crime. Segundo ela, todos estavam
no barraco e ao perceberam a chegada dos agentes do IBAMA e dos
Policiais Militares, se esconderam na mata. Em depoimento à Polícia,
Rayllane disse que,ouviu os tiros, depois de passar algum tempo se
encontrou com Lucas, seu companheiro há 03 meses, que teria dito a ela:
“Volta pra cidade que eu me viro melhor sozinho aqui até a poeira
baixar, arranja um número para eu te ligar, devo ir para NP na quarta”,
que seria na quarta-feira 22 de junho. Rayllane disse ainda que Lucas
pode estar escondido na região de mata fechada e que pode ter sido ele
mesmo que atirou no sargento.
Informações colhidas pela Polícia dão
conta que Lucas era o único a andar armado no local, pois tinha duas
armas, uma espingarda calibre 20 e um revólver calibre 38, e somente o
mesmo manuseava suas armas, não deixava ninguém pegá-las. Ainda na
conversa entre Lucas e Rayllane; Lucas teria pedido que a mesma quando
chegasse à cidade procurasse ajuda de um homem identificado por “Zé
Índio”, que também foi preso na operação. Rayllane se encontrou com “Zé
Índio” e repassou a situação a ele, o mesmo teria dito que era para ela
ficar em casa escondida que seu companheiro tinha matado um policial
militar e que iriam atrás dela e foi o que aconteceu. “Zé Índio” também
foi preso.
A Polícia prendeu, também, um homem de
prenome Ivan, conhecido por “Pastor”, que segundo informações era um dos
que estavam no barraco que foi incendiado pelos agentes do IBAMA e
teria ajudado a apagar o fogo. No retorno dos agentes com os PMs ele
estaria escondido na mata e teria visto o sargento ser alvejado por
Lucas.
De posse de algumas informações sobre o
paradeiro de Lucas que ainda pode estar escondido nas proximidades de
onde aconteceu o crime, os policiais continuam na região. Segundo
Rayllane, Lucas conhece bem a região de mata fechada, fato que pode
dificultar sua captura, mas policiais especializados nesse tipo de
ocorrência estão na região e a qualquer momento poderão prender Lucas,
que está armado, é perigoso e pode ir para o confronto com os policiais.
Com informações e fotos de Junior Ribeiro.
Por: Manoel Cardoso