O
Tapajós é alvo de planos para construir pelo menos cinco grandes
hidrelétricas no seu curso e no de seu principal afluente, o rio
Jamanxim. Entre as usinas planejadas está a de São Luiz do Tapajós, cujo
reservatório terá 729 km². Se construído, ele deverá inundar perto de
400 km² de floresta, incluindo parte da Terra Indígena Sawré Muybu. A
obra poderá induzir o desmatamento indireto de mais 2.200 km² de
floresta em áreas protegidas da região.
A barragem interrompe o ciclo natural
das águas do rio, que funciona como o pulsar de um coração e é vital
para a fauna e a flora local. A interrupção do fluxo de sedimentos
causada pela barragem piora a qualidade da água, provoca a mortandade de
peixes e reduz a fertilidade da floresta aluvial (vegetação que fica às
margens do rio), impactando significativamente o equilíbrio da vida na
região e promovendo a extinção de espécies raras e outras ainda sequer
identificadas pela comunidade científica.
“Além de garantir a manutenção do modo
de vida do povo Munduruku, a demarcação de Sawré Muybu garante a
conservação de 178 mil hectares de floresta amazônica que hoje estão
ameaçados pelos planos de construção da hidrelétrica de São Luiz do
Tapajós”, argumenta Danicley de Aguiar, ativista do Greenpeace na
Campanha da Amazônia.