segunda-feira, 20 de junho de 2016

UM RIO EM PERIGO

 O Tapajós é alvo de planos para construir pelo menos cinco grandes hidrelétricas no seu curso e no de seu principal afluente, o rio Jamanxim. Entre as usinas planejadas está a de São Luiz do Tapajós, cujo reservatório terá 729 km². Se construído, ele deverá inundar perto de 400 km² de floresta, incluindo parte da Terra Indígena Sawré Muybu. A obra poderá induzir o desmatamento indireto de mais 2.200 km² de floresta em áreas protegidas da região.
A barragem interrompe o ciclo natural das águas do rio, que funciona como o pulsar de um coração e é vital para a fauna e a flora local. A interrupção do fluxo de sedimentos causada pela barragem piora a qualidade da água, provoca a mortandade de peixes e reduz a fertilidade da floresta aluvial (vegetação que fica às margens do rio), impactando significativamente o equilíbrio da vida na região e promovendo a extinção de espécies raras e outras ainda sequer identificadas pela comunidade científica.

“Além de garantir a manutenção do modo de vida do povo Munduruku, a demarcação de Sawré Muybu garante a conservação de 178 mil hectares de floresta amazônica que hoje estão ameaçados pelos planos de construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós”, argumenta Danicley de Aguiar, ativista do Greenpeace na Campanha da Amazônia.