Indícios colhidos pela PRF apontam que colisão pode ter sido proposital.
Acidente entre dois veículos deixou três mortos na BR-210, em Macapá.
Carro pilotado por Cristiano Lutzer colidou com outro em Macapá (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)
Indícios levantados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam para um ato suicida como motivação para o acidente que terminou com um carro partido ao meio e três mortos, ocorrido na quinta-feira (7) na BR-210, na Zona Rural de Macapá.Segundo a PRF, o carro dirigido por Sérgio Cristiano Lutzer tentou atingir outros veículos até conseguir colidir frontalmente com um veículo que seguia na direção contrária a dele na rodovia.
Além de Sérgio Lutzer, que estava sozinho no carro, o choque entre os automóveis matou os empresários Elinaldo Kzan Xavier e Devanir Bazoni. O único sobrevivente foi o jornalista Haroldo Santos, de 50 anos. Os três eram amigos e estavam no mesmo carro retornando para Macapá após viagem a negócios a Porto Grande, a 102 quilômetros da capital.
Os corpos de Elinaldo Kzan e Devanir Bazoni foram velados em Macapá e depois levados para Santarém e Paraná, respectivamente. O de Sérgio Lutzer continua na Polícia Técnico Científica (Politec).
Elinaldo Kzan foi uma das vítimas do acidente;
ele morreu no hospital (Foto: Reprodução/Rede
Amazônica no Amapá)
“Tem alguns relatos e indícios ainda não concretos que apontam para
tentativa de suicídio. Alguns minutos antes do acidente naquele dia, um
veículo de passeio parou no posto da PRF e relatou que um carro com as
mesmas características do acidente teria jogado o veículo para cima de
um caminhão, inclusive chegando a bater a lateral. Esse relato é o dado
concreto que temos”, comentou o inspetor da PRF, Geraldo Júnior.ele morreu no hospital (Foto: Reprodução/Rede
Amazônica no Amapá)
O registro minutos antes do acidente foi do professor José Campos, de 38 anos. Ele disse que o mesmo carro tentou se chocar com outros veículos ao longo da BR-210.
“Ele veio na mão dele e atingiu uma caçamba branca na lateral. Depois retornou para a mão correta, me viu na direção contrária e fez a mesma coisa. Eu joguei para o acostamento e logo em seguida ele ainda tentou atingir um outro caminhão logo atrás”, disse o professor, ainda assustado com o ocorrido.
saiba maisÚnico sobrevivente da colisão, o jornalista Haroldo Santos contou que o
carro na direção contrária virou o volante para cima do veículo onde
estava com os amigos quando os automóveis estavam próximos.
“Lembrança que tenho antes do acidente é do momento quando o carro que
vinha na direção contrária saiu da mão dele e veio para a nossa. O
Devanir só teve tempo de gritar ‘esse cara é louco’ e tirou tudo o que
deu para o acostamento até que fomos encurralados por um barranco. O
outro veículo não tirou o pé um segundo sequer”, recordou.
Haroldo Santos foi o único sobrevivente do acidente
(Foto: Abinoan Santiago/G1)
O carro pilotado por Cristiano Lutzer não tinha película no vidro
dianteiro. A transparência possibilitou os integrantes do outro veículo
enxergarem que o motorista não apresentava algum indício anormal. Ele
apenas mantinha o olhar fixo, segundo relato do sobrevivente.(Foto: Abinoan Santiago/G1)
“Deu para a gente perceber que a pessoa vinha na direção do carro sem estar agachado para pegar alguma coisa. Estava de forma normal. Se ele tivesse desmaiado, a tendência seria ter se debruçado na direção do carro, cair para o lado ou desacelerar. Nada disso aconteceu. Ele bateu em uma grande velocidade em linha reta”, contou Haroldo Santos.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o motorista que pode ter provocado o acidente não mora no Amapá. O irmão dele entrou em contato com a PRF e informou que Cristiano Lutzer teria vindo a passeio ao estado.
“Não encontramos bebidas, mas cartas com algumas escritas em linguagem árabe. Isso tudo foi guardado para o irmão dele, que entrou em contato do Rio Grande do Sul para recolher o corpo. A informação que temos é de que ele teria vindo para o Amapá a passeio”, afirmou o inspetor Geraldo Júnior.
A Polícia Rodoviária Federal tem cinco dias para concluir o relatório de ocorrência com as informações colhidas no local. O documento será enviado para a Delegacia de Trânsito, da Polícia Civil, que poderá abrir inquérito para investigar o caso.
Carro ficou destruído em rodovia de Macapá (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)