Segundo informações da Sespa, uma criança morreu em abril com a doença
Barbeiro, transmissor da Doença de Chagas
A Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa) divulgou um relatório sobre a doença de Chagas no estado, nesta
terça-feira (2). Até o mês de agosto, 127 casos foram confirmados, sendo
45 deles em Breves, 14 em Igarapé Mirim e 12 em Abaetetuba. A capital
do estado, Belém, registrou 9 casos. Em Santarém,
oeste do Pará, 8 casos foram confirmados pela Sespa. A maior parte das
ocorrências foram de transmissão por meio de ingestão de alimentos.
Segundo a Sespa, o combate à doença é de
cunho orientador, por meio de treinamentos e recomendações técnicas às
prefeituras, cujas equipes de vigilância sanitárias são as designadas
para execução da vigilância de boas práticas de higiene em locais de
vendas e processamento de alimentos.
De acordo com o último relatório divulgado no mês de abril, 12 pessoas da ilha de Marimarituba, no rio Amazonas, apresentaram suspeitas de contaminação.
Segundo a Divisão de Vigilância Sanitária (DVS) o surto na comunidade
foi um caso isolado e que medidas foram tomadas pela Secretaria
Municipal de Saúde (Semsa) para evitar novos casos. Dos 8 casos
confirmados, uma criança veio a óbito após dar entrada no Hospital Municipal.
Para o chefe da DVS, Walter Matos, os
dados da Sespa ajudam a traçar estratégias para o combate e prevenção.
Uma delas é levar treinamentos de boas práticas de manipulação ao maior
possível de produtores de açaí e bacaba na região. “Na cidade temos um
monitoramento dos manipuladores e dos debulhadores, fazendo a
orientação. Eles recebem o treinamento de boas práticas e todo tem
licença para fazer este trabalho e isso é importante. Existem
comunidades que manipulam estes alimentos e trazem para Santarém e esta é
a nossa preocupação, de como está sendo feita esta manipulação por lá”,
ressalta Walter Matos.
Outra questão levantada pela Vigilancia
Sanitária é a conscientização da própria população para que fique
atenta e verifique a procedência destes alimentos. “Temos feito o
trabalho de conscientização do consumidor para que ele não adquira Açaí
em lugares que não tenha como comprovar a boa procedência. Os locais que
possuem alvará sanitário, atendem uma série de exigências, inclusive da
água utilizada no processo, que garante maior segurança”, explica
Matos.
Caso uma pessoa apresente os sintomas da
doença de chagas, as autoridades de saúde recomendam que o melhor a
fazer é procurar um hospital o mais breve possível. “Procurar as
unidades de saúde para atendimento e se, por ventura, existir um caso
suspeito, a gente notifica e será encaminhado para fazer o exame, com a
coleta da sorologia e envio para o Instituto Evandro Chagas. Mas, antes
disto, um infectologista já acompanha o caso e se tiver a necessidade já
inicia um tratamento”, conclui Walter Matos.