Vereador culpa ineficácia dos órgãos estaduais no combate ao roubo e abate clandestino de gado
“Ninguém agüenta mais essa situação, tem
casos de criadores perdendo até vinte cabeças de gado de uma vez só. O
prejuízo é muito grande”, assim se manifestou o vereador Mauricio
Corrêa, ao conceder entrevista à reportagem do jornal O Impacto.
Conforme o parlamentar municipal, uma prática danosa que a cada dia
aumenta assustadoramente é o roubo de gado na região. O vereador
Maurício Corrêa citou que esta semana recebeu a visita de uma comissão e
conseqüentemente resultou em reunião na região do Lago Grande que uniu
criadores dos municípios de Santarém e Juruti, todos com um só objetivo,
buscar a solução para o roubo crescente de gado no Tapajós.
“É importante que o governo do Estado se
sensibilize, cobrando do GTA da Sefa, a nota fiscal do abate do gado e,
também cobrando da Polícia, aparelhamento melhor, para uma segurança
pública mais segura na região. Esse é nosso intuito, tentando coibir
essa prática danosa”, citou o Vereador santareno. “Aqui mesmo em
Santarém, estamos presenciando à luz do dia pessoas roubando gado e não
temos a quem recorrer. É triste para o criador de gado que só tem
cobrança do governo, em vacinação, em cima de todos os encargos que
temos para que possamos criar os animais e não contarmos com uma
retaguarda de segurança para dar tranqüilidade a todos nós criadores”,
falou o Vereador.
Maurício Corrêa compreende a limitação
policial e judicial que existe, quando se trata de prender suspeitos.
“Entendo que não podemos ir por aí prendendo pessoas a torto e a
direito, sem provas, mas podemos incentivar o governo do Estado para que
possa colocar seu corpo técnico, a Polícia em ação naquela região do
Lago Grande”, citou o edil.
O governo do Estado, conforme o
Vereador, também tem sua parcela de culpa na falta de atendimento ao
criador da região, como deveria acontecer. “O governo do Estado já tem
uma presença muito fraca aqui na região oeste do Pará e todos sentimos
isso na pele, é importante termos Adepará não apenas aqui em Santarém,
como também no interior do Município, onde acontece com freqüência a
prática do roubo de gado”, cita o edil. “A falta de fiscalização e da
segurança pública faz com que vire terra de faroeste, não tem Lei.
Muitas pessoas estão consumindo carne sem fiscalização. Será que todo
gado abatido clandestinamente em Santarém está sendo fiscalizado,
vacinado e origem boa?”, indaga Maurício Corrêa.
SOLUÇÕES À VISTA: O
vereador Maurício Corrêa não se limitou a fazer as denúncias; na
condição de também criador de gado, além de representante popular, ele
indica soluções que possam pelo menos neutralizar a ação dos ladrões de
gado. “Teriam que ser implantados postos de fiscalização da Adepará e da
Sefa, com viaturas, com corpo técnico para começarem a andar pelo
interior de Santarém e de Juruti cobrando dos estabelecimentos a
legalidade, não só da carne, como também do próprio estabelecimento para
que possa se adequar na legislação vigente e possa comercializar”,
disse o Vereador. “No momento em que for feita essa adequação, as
pessoas vão ver que o crime não compensa; sem o comprador não vai
existir o roubo. Se a Lei é para um, tem que existir para todos. O
governo do Estado tem que marcar uma presença maior na região, através
de seus órgãos e obviamente aparelhar, para que possam ter a verdadeira
eficácia para o qual foram criados” destacou o Vereador.
Por: Carlos Cruz
Fonte: RG 15/O Impacto