“Nós estamos bastante diligentes,
principalmente as autoridades de Santarém, em relação à existência de
membros da FDN, no Presídio de Cucurunã. Os órgãos de segurança estão
monitorando essa situação toda. Nós sabemos que essa crescente onda da
violência urbana é um fenômeno nacional”, aponta o vereador.
Segundo Jardel Guimarães, o que causou
mais espanto com os últimos acontecimentos ocorridos nos presídios da
região Norte do Brasil, especificamente em Manaus, é que os envolvidos
fazem parte de facções, que disputam o domínio do tráfico de drogas,
como a Família Do Norte (FDN).
Para ele, a FDN é uma facção bastante
violenta e que vem atuando em toda a região. “Aqui em Santarém, o
presídio de Cucurunã está com uma carga quase que máxima, com uma
superlotação de detentos, infelizmente. A preocupação é que essa facção
que está tocando terror na região não se instale em Santarém”, ressaltou
o vereador Jardel.
Muito embora, de acordo com ele, haja
suspeita de que já é possível ter um braço dessa facção em Santarém, por
se tratar de um grupo ligado ao tráfico de drogas. “Essa facção tem
como objetivo o avanço, principalmente em Santarém e região oeste do
Pará. Isso causa bastante preocupação para todas as autoridades de
segurança pública, no sentido de fazer com que não deixe esse bando se
expandir aqui”, reforça Jardel.
EXPANSÃO E DOMÍNIO: O
vereador Jardel Guimarães reafirma que a FDN é responsável por diversos
homicídios e, que quer se expandir e ter domínio em toda a região Norte.
“Essa facção se denominou como a principal responsável pela tragédia de
Manaus e, a gente sabe que o objetivo dela é o tráfico de drogas, com a
expansão e o domínio de território. São esses os motivos que
ultimamente tem ocorrido em Santarém bastantes homicídios. Um percentual
de 80% dos homicídios está ligado ao tráfico de drogas. Os traficantes
querem ganhar o território. Isso faz com que haja esse derramamento de
sangue”, alerta o Vereador e Delegado da Civil.
Jardel revela que a maioria das pessoas
que foram vítimas de homicídios, em Santarém, nos últimos dois meses,
tem histórico voltado ao tráfico de drogas. “Isso faz com que tenhamos
preocupação e alerta de todas as autoridades ligadas à segurança
pública. Todo o sistema de segurança do Pará já está em alerta, como as
polícias Civil e Militar, a Susipe e os demais órgãos. A inteligência
policial está monitorando para que esse derramamento de sangue não venha
acontecer em Santarém”, assegurou.
INVESTIGAÇÃO: A Polícia
Civil do Amazonas afirma já ter identificado sete presos suspeitos de
participar da rebelião que deixou pelo menos 56 mortos no Complexo
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), no dia 01 este mês.
As identidades dos sete presos não foram divulgadas para não atrapalhar
as investigações.
Segundo a assessoria da Polícia Civil,
investigadores ouviram o testemunho de agentes penitenciários e de
presidiários e identificaram os sete detentos como possíveis líderes do
confronto entre as duas facções criminosas que disputam o controle das
atividades ilícitas na região: a Família do Norte (FDN), do Amazonas, e o
Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo. A maioria dos mortos
durante a rebelião, de acordo com a Polícia Civil, pertencia ao PCC.
MASSACRE EM RORAIMA: Ao
menos 31 presos morreram na madrugada de 6 de janeiro, deste ano, na
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, a maior de
Roraima, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc). A ação
aconteceu por volta das 2h30 (4h30 no horário de Brasília) em todas as
alas do presídio, quando um grupo de presos deixou as celas e iniciou a
chacina. De acordo com a Sejuc, os autores do massacre são integrantes
do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nesses seis primeiros dias de janeiro
foram registradas 93 mortes em presídios no Brasil. Esse número
representa cerca de 25% do total de mortes registradas em todo o ano
passado (372).
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto