sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Delegado Jardel: “Facção do Norte pode ter braço em Santarém”

“Nós estamos bastante diligentes, principalmente as autoridades de Santarém, em relação à existência de membros da FDN, no Presídio de Cucurunã. Os órgãos de segurança estão monitorando essa situação toda. Nós sabemos que essa crescente onda da violência urbana é um fenômeno nacional”, aponta o vereador.
Segundo Jardel Guimarães, o que causou mais espanto com os últimos acontecimentos ocorridos nos presídios da região Norte do Brasil, especificamente em Manaus, é que os envolvidos fazem parte de facções, que disputam o domínio do tráfico de drogas, como a Família Do Norte (FDN).
Para ele, a FDN é uma facção bastante violenta e que vem atuando em toda a região. “Aqui em Santarém, o presídio de Cucurunã está com uma carga quase que máxima, com uma superlotação de detentos, infelizmente. A preocupação é que essa facção que está tocando terror na região não se instale em Santarém”, ressaltou o vereador Jardel.
Muito embora, de acordo com ele, haja suspeita de que já é possível ter um braço dessa facção em Santarém, por se tratar de um grupo ligado ao tráfico de drogas. “Essa facção tem como objetivo o avanço, principalmente em Santarém e região oeste do Pará. Isso causa bastante preocupação para todas as autoridades de segurança pública, no sentido de fazer com que não deixe esse bando se expandir aqui”, reforça Jardel.
EXPANSÃO E DOMÍNIO: O vereador Jardel Guimarães reafirma que a FDN é responsável por diversos homicídios e, que quer se expandir e ter domínio em toda a região Norte. “Essa facção se denominou como a principal responsável pela tragédia de Manaus e, a gente sabe que o objetivo dela é o tráfico de drogas, com a expansão e o domínio de território. São esses os motivos que ultimamente tem ocorrido em Santarém bastantes homicídios. Um percentual de 80% dos homicídios está ligado ao tráfico de drogas. Os traficantes querem ganhar o território. Isso faz com que haja esse derramamento de sangue”, alerta o Vereador e Delegado da Civil.
Jardel revela que a maioria das pessoas que foram vítimas de homicídios, em Santarém, nos últimos dois meses, tem histórico voltado ao tráfico de drogas. “Isso faz com que tenhamos preocupação e alerta de todas as autoridades ligadas à segurança pública. Todo o sistema de segurança do Pará já está em alerta, como as polícias Civil e Militar, a Susipe e os demais órgãos. A inteligência policial está monitorando para que esse derramamento de sangue não venha acontecer em Santarém”, assegurou.
INVESTIGAÇÃO: A Polícia Civil do Amazonas afirma já ter identificado sete presos suspeitos de participar da rebelião que deixou pelo menos 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), no dia 01 este mês. As identidades dos sete presos não foram divulgadas para não atrapalhar as investigações.
Segundo a assessoria da Polícia Civil, investigadores ouviram o testemunho de agentes penitenciários e de presidiários e identificaram os sete detentos como possíveis líderes do confronto entre as duas facções criminosas que disputam o controle das atividades ilícitas na região: a Família do Norte (FDN), do Amazonas, e o Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo. A maioria dos mortos durante a rebelião, de acordo com a Polícia Civil, pertencia ao PCC.
MASSACRE EM RORAIMA: Ao menos 31 presos morreram na madrugada de 6 de janeiro, deste ano, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, a maior de Roraima, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc). A ação aconteceu por volta das 2h30 (4h30 no horário de Brasília) em todas as alas do presídio, quando um grupo de presos deixou as celas e iniciou a chacina. De acordo com a Sejuc, os autores do massacre são integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nesses seis primeiros dias de janeiro foram registradas 93 mortes em presídios no Brasil. Esse número representa cerca de 25% do total de mortes registradas em todo o ano passado (372).
Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto