A operação interditou na quinta-feira
(23), frigoríficos de toda a região do oeste paraense que, segundo o
Ibama, estariam comprando gado de áreas embargadas por desmatamento
ilegal. “O voto de repúdio não é contra o Ibama cumprir suas atribuições
e fiscalizar, mas, mas contra a forma como a operação foi realizada”,
explica o presidente Márcio Miranda. “O Ibama não informou sobre a
operação ao Ministro do Meio Ambiente, que considerou a ação inoportuna;
à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, que é o órgão responsável pelo
licenciamento dessas empresas; não considerou o Termo de Ajustamento de
Conduta assinado entre as empresas e o Ministério Público; e nem mesmo
avaliou as consequências que esses embargos podem acarretar para a
economia dos municípios e para o Estado”, enumera o parlamentar,
destacando que a própria Justiça Federal já suspendeu os embargos
realizados na operação.
Desde 2005, o Pará – Governo, Alepa,
Ministério Público, indústrias e produtores – estão engajados num
processo de regularização da pecuária no Estado. “Vale destacar que nos
últimos anos o Pará tornou-se exemplo em matéria de preservação
ambiental”, defende o deputado Márcio Miranda. “Segundo o último
Relatório sobre Cobertura do Uso da Terra, divulgado pelo IBGE em 2013,
as florestas cobrem 72,9% do território paraense e os campos naturais,
4,3%. Ou seja, 77, 9% do nosso estado está preservado e isso não é obra
do acaso”, avalia o presidente.
O voto de repúdio foi aprovado por
unanimidade pelos deputados e será entregue não apenas ao Ibama, mas
também ao Ministério do Meio Ambiente, Presidência da República, Câmara
dos Deputados, Senado, Justiça Federal, Ministério Público Federal,
Tribunal de Justiça do Estado e Ministério Público Estadual.
Fonte: Dina Santos/Alepa