sexta-feira, 2 de junho de 2017

Denúncia – Terminal Rodoviário de Santarém está abandonado

O comerciante Luiz Neres, que trabalha no Terminal Rodoviário de Santarém há quase 17 anos, em entrevista à nossa reportagem, expressa todo seu descontentamento com a estrutura no Terminal e a falta de fiscalização dos órgãos competentes.
Ao fazer uma avaliação sobre o movimento no Terminal Rodoviário, Luiz Neres foi enfático: “Já se foi a época de se ganhar dinheiro por aqui. Hoje estou trabalhando no vermelho, porque como podemos notar, quase não tem passageiros, ainda mais com essa crise por qual passamos. Estamos aqui porque não temos para onde ir. Eu tenho 64 anos, se eu largar aqui eu vou para onde?”, questiona. Antes eu trabalhava com taxi e hoje não quero mais, então, meu rumo e esse aqui, fazendo contas e pagando, em muitas situações com juros. Eu deposito toda a culpa no poder público. Eu não culpo a SINART (gerência) porque ela não tem poder, eu culpo a ARCON, pois se eles colocassem esses ônibus que passam aqui (de Belterra, Mojuí e de Monte Alegre), com grande desembarque de passageiros, e também cumprissem o horário, não seria só eu quem ganharia dinheiro, os mototaxis iriam ganhar, os taxistas, os outros comércios daqui e do entorno também iriam ganhar dinheiro. Assim a SINART irá ganhar dinheiro com as tarifas, porque por lei cada passageiro deve pagar sua tarifa, os ônibus passam por aqui durante o dia inteiro, das 5 da manhã até às 20 horas. Ao invés de deixarem os passageiros aqui no Terminal, eles vão deixá-los no centro da cidade, e depois pegam os passageiros por lá novamente, passam por aqui e vão embora. Sem público e passageiros aqui, como nós comerciantes vamos sobreviver?”, questiona mais uma vez  Luiz Neres.
O comerciante diz que a culpa da falta de movimento no Terminal Rodoviário é proveniente do não desembarque de passageiros. “Podemos observar que nós temos seis salas aqui para alugar, duas estão desativadas, porque não tem ser humano corajoso para meter a cara, pois se for vender algo, vai vender para quem? E no momento em que tiver movimento de ônibus, com embarque e desembarque de passageiros, cada um consumindo, comprando uma coisinha aqui e ali, aí sim todos vão ganhar dinheiro, e com certeza esse pontos comerciais vazios serão alugados. Eu estou aqui desde 1984, onde comecei a trabalhar com táxi, desde essa época tem sala que nunca foi alugada. Havia um restaurante que até 1987 bombava, tinha um movimento grande, e foi acabando o movimento até fechar. Eu como sou teimoso, e as pessoas dizem que sou meio “doido”, fiquei aqui e estou aguentando até agora. Só estou nessa situação porque não tenho de fato para onde ir. Lamentável!, declarou.
Ao ser questionado sobre a atual situação do Terminal Rodoviário, em especial a parte da frente, quando podemos observar a precariedade da Rodovia Santarém/Cuiabá, onde grande parte não está asfaltada e no verão com o grande fluxo de veículos, empurram toda a poeira para o Terminal. “A poeira vem em grande escala, ainda mais quando a condição do vento está em nossa direção. Eu já gastei meu dinheiro para ajeitar. O único Prefeito que fez alguma coisa aqui na frente, colocando piçarra, foi o Lira Maia. Sem falar que o pouco de asfalto que tem fomos nós que colocamos. De lá para cá nenhum outro botou os pés por aqui, essas terras que foram colocadas foi de dinheiro particular, não teve dedo da Prefeitura”, ifmormou o comerciante.
Para finalizar, Luiz Neres manda um recado aos políticos de Santarém: “Eu nunca vi nenhum Vereador, um Deputado ou um Secretario vir aqui no Terminal. Durante os anos que estou aqui, somente dois governadores passaram por aqui. De Prefeito, apenas o Lira Maia que veio até as escadarias e voltou. Podemos notar que a própria imprensa dá maior importância para o cais, quando cobram tanta coisa, mas nunca ninguém dizendo: ´Vamos fazer um Terminal Rodoviário digno para a população de Santarém`, nunca vi isso. Eu queria que o prefeito Nélio Aguiar tivesse compaixão da gente, e viesse nos visitar, porque o cartão de visita é aqui. Observamos pessoas chegando dos grandes centros do País e se deparam com uma situação dessas. É vergonhoso”, finalizou Luiz Neres.
Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto