terça-feira, 17 de outubro de 2017

CHUPA ESSA: Deputados defendem a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos durante audiência

O deputado Carlos Bordalo, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, abriu a audiência fazendo um panorama da situação das instituições financeiras públicas no Pará. “Os bancos cada vez mais estão reduzindo a rede física de atendimento. Somente de janeiro a maio deste ano, 929 agências já foram fechadas no Brasil, segundo o Banco Central. O Banco do Brasil foi o que mais fechou postos de atendimento, foram 563 nesse período”, enumera o parlamentar.
Bordalo destacou a importância das instituições financeiras públicas “pela necessidade de oferta de crédito de curto, médio e longo prazo, onde o setor privado não tem interesse em operar”, avaliou o deputado. Carlos Bordalo ressaltou ainda a importância dos bancos públicos regionais para o desenvolvimento local, com o financiamento de agricultores familiares e outros pequenos empreendedores. “Essas pessoas não teriam condição de obter crédito, porque os bancos privados oferecem financiamento com altas taxas de juros. Hoje, 56% do crédito no Brasil são oferecidos por bancos públicos, e 44%, por bancos privados. No Pará, esse percentual sobe para mais de 80%”, explicou.
“Estamos enfrentando uma conjuntura muito grave, com ameaças reais de privatizações no setor de energia, nos Correios, na Petrobrás e nos bancos públicos. Por isso estamos construindo a luta pela defesa das empresas públicas com toda a sociedade e essa audiência em defesa dos bancos públicos será um passo muito importante para o sucesso da nossa campanha. Contamos com a participação da nossa categoria e de todos os segmentos da sociedade que estejam dispostos defender o patrimônio público do nosso país”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos.
Para o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Setor Financeiro (CONTRAF), Wagner Nascimento, o encolhimento dos bancos públicos terão um reflexo danoso á sociedade. “Basta lembrar que 70% do alimento produzido e  consumido no Brasil vem dos pequenos agricultores, que são financiados pelos bancos públicos; 70% dos financiamentos estudantis são feitos po instituições como o Banco do Brasil e Caixa Econômica; 80% dos financiamentos e créditos de longo prazo para pequenas empresas são do BNDES e Banco do Brasil, então precisamos defender essas instituições, não só para garantir um atendimento melhor para a sociedade, mas também porque sem elas não há desenvolvimento”, afirma.
O único banco que enviou representante para a Audiência Pública foi o Banco da Amazônia. Waldecir Toser lamentou a ausência de outras instituições e ressaltou que “a sociedade precisa defender os bancos públicos, não bastam apenas os sindicatos e associações de trabalhadores”, disse ele. “No entanto, só conseguiremos criar uma relevância para essa discussão se os bancos públicos melhorarem seus serviços e níveis de eficiência”, concluiu.
DESMONTE – As Audiências Públicas acontecem em todo o país e refletem a preocupação do setor com a diminuição do número de agências de bancos públicos, e dos postos de trabalho. A mobilização acontece no momento em que há a expectativa do anúncio do Governo Federal sobre a privatização da Caixa Econômica até o final do ano e o fechamento de mais agências do Banco do Brasil.
FRENTE PARLAMENTAR – O deputado Carlos Bordalo aproveitou para conclamar os outros deputados a votarem o projeto de resolução que dispõe sobre a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos, que ele apresentou em junho deste ano na Alepa. “O objetivo é combater o enfraquecimento das instituições financeiras públicas, bem como proteger e defender os interesses sociais, econômicos e financeiros do Estado, mas infelizmente, o projeto está parado”, lamentou Carlos Bordalo.
“Podemos afirmar que os bancos públicos são importantes para toda a população brasileira, especialmente para as pessoas mais pobres. Não é possível falar em desenvolvimento sem crédito. E sem crédito não há emprego. Precisamos de bancos públicos para manter essa oferta de crédito que sempre fomentou a economia em momentos importantes – e não vemos isso atualmente”, ressalta o parlamentar.
Também participaram da audiência pública os deputados Lélio Costa e Iran Lima.

Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/Alepa