quinta-feira, 2 de maio de 2019

Aves que compõem dossel da Flona Tapajós são objetos de pesquisa na Ufopa

Professor Edson Vargas Lopes observa aves que habitam o dossel da floresta Amazônica.

É a mais de 40 metros de altura que o professor Edson Vargas Lopes, da Ufopa, desenvolve uma de suas pesquisas na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, em Belterra. Do alto de duas torres de plataforma instaladas pelo Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) na Flona, ele observa aves que habitam, preferencial ou exclusivamente, o dossel da floresta Amazônica.
Dossel é a camada da copa das árvores. Apesar de ser um dos estratos mais ricos em biodiversidade nas florestas tropicais, o dossel é um compartimento muito pouco conhecido pelos pesquisadores, principalmente pela dificuldade de acesso para coleta de dados. “Então, quando conseguimos uma oportunidade, concentramos esforços, porque são poucos locais disponíveis. Em toda a Amazônia tem uns dez locais em que você consegue acessar regularmente, com facilidade, o dossel da floresta”, explica Lopes.
Na Flona Tapajós, o dossel tem cerca de 45 metros de altura, com emergentes alcançando até 50 metros de altura ou mais. Algumas espécies regionais, como a castanheira, a maçaranduba e a sucupira, por exemplo, podem ultrapassar o dossel. “Tem espécies animais que só encontramos no dossel. Lá em cima temos alguns grandes gaviões, tucanos e seus parentes, e muitos passarinhos coloridos. Tem muitas cotingas e anambés também, que são aves que se alimentam de frutas e ajudam na regeneração natural da floresta. Para a gente é muito importante documentar a ocorrência e a abundância destes bichos. São aves muito belas e coloridas, porém discretas, o que torna difícil percebermos a presença delas só pela voz, é uma voz bem baixinha”, detalha o professor.