quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

TRANSAMARGURA...50 ANOS DE ESPERA!

 A Transamazônica, a rodovia que foi inaugurada, mas jamais foi concluída, termina às margens do rio Purus. Já são 50 anos de sonhos, esperança, promessas, polêmicas e muito sofrimento.

Pelo projeto original, a estrada se estenderia por oito mil quilômetros e ligaria o Atlântico ao Pacífico, atravessando toda a América do Sul de leste a oeste. O plano foi modificado para um projeto que chegaria apenas até a fronteira do Brasil com o Peru, mas as obras pararam bem antes. Mesmo assim, com 4.223 quilômetros de extensão, a Transamazônica é uma das maiores rodovias do mundo. Ela atravessa sete estados (Paraíba, Ceará, Maranhão, Tocantins, Piauí, Pará e Amazonas), corta 63 municípios e passa por três ecossistemas.

Em longos trechos da Transamazônica, não há sinal de asfalto, meio-fio ou sinalização, tornando a estrada perigosa nos trechos sem asfalto. Pois o movimento de caminhões faz surgir uma cortina de poeira que mesmo com o céu claro, a visibilidade para o motorista é igual a um dia com neblina. Só nos últimos cinco anos, ocorreram mais de 15 mil acidentes na BR-230, onde nesse mesmo período, mais de 500 pessoas morreram.

Uma rodovia cheia de desafios, além de vidas perdidas e muito atraso no desenvolvimento, mas com um povo trabalhador que acredita no desenvolvimento e melhores dias embora todas as dificuldades que enfrentam nessas cinco décadas de existência e desbravamento com suas atividades no setor de agricultura em uma região onde falta infraestrutura em termos de saúde, educação, transporte, segurança e créditos acessíveis. Tudo isso é  precário e pouco funciona. Motivo pelo qual os primeiros colonizadores, apenas 15% permaneceram e hoje são os pioneiros que juntamente com suas famílias, merecem todos as honras e respeito.

Pra isso, precisamos de mais responsabilidade e comprometimento por parte dos nossos políticos e só será possível se o povo da região ter também mais responsabilidade na hora de votar em seus representantes políticos.

Única forma de mudar esse marasmo político que se vive na região da Transamazônica é através de uma política pública comprometida com todas as demandas sem politicagem sobrepondo os interesses da região acima de tudo.

( Andrei Serruya )