sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Flamengo flerta com eliminação, "MATA" OS SECADORES DE PLANTÃO , mas avança e ganha lição de como jogar Libertadores

 


Rubro-Negro mostra pouco senso de urgência em La Plata diante de rival inferior tecnicamente e conta com estrela de Rossi para garantir a classificação nos pênaltis

Por Letícia Marques — La Plata, Argentina

Costuma-se dizer com frequência no futebol que jogos grandes foram feitos para serem vencidos. O Flamengo foi derrotado por 1 a 0 no tempo normal pelo Estudiantes, mas conseguiu a classificação nos pênaltis e está na semifinal da Libertadores. E foi a vitória no Maracanã que proporcionou uma segunda chance em La Plata.

Na decisão por pênaltis, o Flamengo foi cirúrgico ao converter as quatro cobranças e o nome da classificação foi Rossi. O goleiro viveu do inferno ao céu e desfrutou de uma resiliência a ser lembrada nos capítulos de sua história no clube.

A classificação precisa ser comemorada e valorizada, mas também deve servir de reflexão a curto prazo para evitar possíveis danos nesta caminhada até a final da Libertadores. O resultado dá - mais uma vez - a chance de o Flamengo ser o que se espera dele na competição continental.

No jogo em La Plata, o time mostrou em poucos momentos o senso de urgência esperado para um confronto de quartas de final de Libertadores. Do outro lado, o Estudiantes, inferior tecnicamente, ganhou a maior parte das divididas e deu uma lição de como atuar em uma partida decisiva da competição.

Vitórias como essa trazem o peso de uma "vitória de campeão" porque o time fez valer uma das máximas do futebol. Às vezes é só preciso somente a classificação. E, nestes momentos, pouco importa como ela vem.

Jorginho, Pedro e Saúl comemoram a classificação do Flamengo na Libertadores — Foto: Gilvan Souza / Flamengo

Jorginho, Pedro e Saúl comemoram a classificação do Flamengo na Libertadores — Foto: Gilvan Souza / Flamengo

Clima hostil, pressão e fim da vantagem

A verdade é que o Estudiantes fez tudo o que podia e deixou nítida a estratégia desde o primeiro minuto. A pressão fora de campo transformou o estádio em um caldeirão enquanto o time igualava forças dentro das quatro linhas apostando na imposição.

O Flamengo entrou no jogo bastante tímido e um pouco preocupado em evitar a pressão do adversário que estava sendo totalmente empurrado pelo seu torcedor. A escalação de Filipe Luís pode ser considerada os 11 ideais, mas não funcionou bem em La Plata. Não era uma noite rubro-negra.

As movimentações coletivas não funcionaram e as atuações individuais não chamaram atenção. Arrascaeta viveu uma noite apagada, Pedro passaria despercebido se não tivesse perdido uma boa chance e Jorginho estava quase solitário tentando arranjar uma saída, mas errou mais do que está costumado.

Mansur analisa a marcação do Estudiantes sobre o Flamengo

Mansur analisa a marcação do Estudiantes sobre o Flamengo

A melhor chance do Flamengo foi com Pedro, logo aos 11 minutos. Em um dos raros bons lances coletivos, Arrascaeta deixou a bola passar, Samuel Lino pegou a bola e passou para o camisa 9, que teve o chute travado pelo adversário. Aos 32, Saúl acertou o pé da trave e, 10 minutos depois, o espanhol tirou tinta da trave novamente.

O Estudiantes teve a sua melhor chance aos 31 minutos, quando Rossi defendeu em dois tempos o chute de Arzamendia. A partida se desenhava para um intervalo sem gols, mas os argentinos conseguiram abrir o placar e dar uma outra atmosfera para o segundo tempo.

Benedetti aproveitou lançamento de Nuñez e soltou a bomba dentro da área, cruzada, surpreendendo Rossi. O goleiro do Flamengo deixou o gramado desolado porque considerava a bola defensável. E era. Lamentou a cada passo a caminho do vestiário e chegou a ser abraçado por Matheus Cunha.

Cenário quase piorou

O Flamengo voltou para o segundo tempo da mesma maneira que vinha atuando na primeira metade da partida: sem conseguir encaixar jogadas pelos lados e produzir chances atrás de chances. Dá para dizer que o time de Filipe Luís chegou a ser dominado pelos argentinos em determinados momentos.

Não demorou para as substituições acontecerem: Luiz Araújo no Plata e Bruno Henrique no Pedro. Enquanto isso, o Estudiantes passou a ceder cada vez mais espaço e a posse para o Flamengo. Mas o Rubro-Negro teve muita dificuldade para impor o seu padrão de jogo. Apesar de uma noite apagada das referências, há muito mérito das escolhas defensivas dos argentinos.

O Estudiantes fez muita pressão empurrado pela torcida que se mantinha confiante. Foi em uma falha defensiva que os argentinos chegaram ao segundo gol já aos 27 minutos do segundo tempo. Benedetti aproveitou casquinha de Carrillo, disparou em direção ao gol e cavou em cima de Rossi para marcar. Mas o gol foi anulado por impedimento.

O susto fez Filipe Luís mudar mais uma vez: Carrascal no Arrascaeta. A tentativa surtiu um leve efeito já que o colombiano conseguiu movimentar um pouco o ataque e arriscou algumas movimentações com Bruno Henrique e Samuel Lino. O problema é que o Flamengo não conseguia ser efetivo nas poucas vezes que chegava ao último terço.

Estudiantes x Flamengo comemoração — Foto: Marcelo Endelli/Getty Images

Estudiantes x Flamengo comemoração — Foto: Marcelo Endelli/Getty Images

Dois lances na reta final deram o tom do que foi o desempenho do Flamengo em La Plata: a furada de Bruno Henrique mesmo livre de marcação dentro da área e a pisada na bola de Samuel Lino na tentativa de finalização. Entre os dois lances, o Estudiantes quase marcou em chute perigoso de Cetré.

Nos minutos finais, os dois times pareciam conformados com a definição da vaga na semifinal nos pênaltis. E foi o que aconteceu.

Letal na hora certa

Se houve um único momento em que o Flamengo pôde ser chamado de Flamengo em La Plata foi na decisão por pênaltis. Jorginho foi perfeito ao abrir a disputa e deixou o Rubro-Negro com a chance de administrar a vantagem.

Sosa igualou para o Estudiantes antes de Luiz Araújo cobrar e converter o segundo pênalti para o Flamengo. Na sequência, brilhou a estrela de Rossi pela primeira vez: o goleiro defendeu a cobrança de Benedetti – autor do gol no tempo normal.

Rossi pegou dois pênaltis na classificação do Flamengo contra o Estudiantes — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Carrascal cobrou bem e manteve o Flamengo com a vantagem. Cetré diminuiu para o time argentino em cobrança indefensável, assim como o pênalti cobrado por Léo Pereira.

A estrela de Rossi brilhou pela segunda vez com a defesa da cobrança de Ascacíbar. O salto e o grito de desabafo na comemoração do goleiro retratam a reviravolta que só o futebol é capaz de proporcionar.

A verdade é que o Flamengo está na semifinal da Libertadores, mas deixa La Plata com mais perguntas do que respostas para a busca por uma vaga na decisão.

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