Racha no PSDB também divide bancada paraense
Deu no "O Liberal"
O clima no PSDB esquentou geral após a reeleição do líder do partido na Câmara, José Aníbal (SP). Um grupo de dissidentes com cerca de 20 deputados tucanos decidiu ignorar a recondução de Aníbal à liderança e atuar de forma paralela na Casa, desprezando as orientações do deputado paulista. E a ruptura também acometeu a bancada tucana paraense.
Na ala dos que defendem a reeleição, somente o deputado Wandenkolk Gonçalves. Foi ele quem apresentou a proposta de recondução de Aníbal. Já Nilson Pinto e Zenaldo Coutinho estão no grupo que acusa Anibal de engendrar uma manobra para continuar à frente da bancada. 'Nunca vi isso no PSDB. Causou-me espanto. É totalmente ilegítimo', declarou Nilson Pinto.
Em defesa de Anibal, Wandenkolk Gonçalves rechaçou as afirmações de que o fim da reeleição constava na ata, argumentando que era apenas uma proposta. 'A ata da reunião do dia 15 de outubro não fala em modificação do estatuto, ela propunha que as reeleições fossem somente intercaladas. A proposta não estava integrada na ata. Mas na reunião de terça-feira à noite, eles solicitaram que houvesse essa ratificação na ata acrescentando essa sugestão que não permitia a reeleição imediata. Ela foi submetida à votação, mas esse grupo só obteve 14 votos. Com isso definiu-se que nada seria modificado no estatuto de 1997', justificou.
O parlamentar ainda acrescentou que o imbróglio faz parte de uma disputa política entre os aliados dos dois caciques paulistas José Serra e Geraldo Alckimin pelo poder da Câmara. 'É uma briga paulista, entre os dois nomes de São Paulo: Alckmin e Serra. Nós do Pará, não temos que entrar nessa discussão. Para mim o melhor nome era o do Zenaldo Coutinho, que mostrou muita competência na liderança da Minoria.
Coutinho foi cogitado anteriormente à eleição como forma de aglutinar os votos dos insatisfeitos e de tirar alguns apoiadores de Aníbal, no entanto, ao confirmar o nome de Coutinho como candidato, a disputa teve a interferência de Aécio Neves. Por indicação dele, todos deputados mineiros pousaram na candidatura de Aníbal, restando ao paraense sair da eleição.
'A candidatura do José Aníbal no ano passado ocorreu do compromisso de alternância da liderança, de que seria feito um rodízio entre os nomes do partido. Ele é produto dessa tese. Só que doze horas antes da eleição, ele submeteu a bancada a essa discussão para que ele fosse reconduzido ao cargo', explicou Zenaldo.