domingo, 1 de abril de 2012

A luta continua...

Como os números do Idsus reforçam a luta por Carajás e Tapajós

Recentemente o Ministério da Saúde liberou o primeiro Índice de Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (IDSus). Como foi amplamente noticiado, duas variáveis foram aferidas com maior ênfase: Acesso ao Sistema e Qualidade do Sistema. No quesito Acesso, a média nacional é 5.1; no que diz respeito à qualidade, 6.9. Lembrando sempre que a escala vai de zero a dez e que os números refletem a percepção dos usuários do SUS.
Agora, o MS divulgou um infográfico no qual é possível verificar os índices de cada município brasileiro. Recomendo que acessem. Pode ser muito instrutivo.
Mas, antes, vejam lá.
Como todos sabem, este blog esteve e está a serviço da luta pela criação dos novos estados de Carajás e Tapajós.
Durante estes quase oito meses de atuação, discuti e defendi (reconheço que algumas vezes de forma muito veemente, mas sem ultrapassar a fronteira do decoro) que Carajás e Tapajós representam as alavancas capazes de mover todo o Meio-Norte rumo ao desenvolvimento.
Os que defendem esta tese mostramos que Belém e entorno nada perderiam com a divisão. Ao contrário, ganhariam muito!
Mostramos que a precariedade dos serviços públicos nas duas regiões penaliza justamente a população mais pobre e desassistida.
Mostramos que Tocantins é uma experiência exitosa, com reflexos positivos em um período histórico relativamente curto.
Mostramos que a crise na Saúde Pública, por exemplo, é consequência direta da concentração de hospitais, médicos, laboratórios e técnicos na região de Belém e entorno.
Os textos estão espalhados aqui no blog e à disposição de todos.
Por conta disso, fomos acusados de todos os piores "crimes". Fomos chamados de "forasteiros foragidos", "mentirosos", "terroristas", "falsificadores de números e informações".
O resultado desta campanha conduzida pelo governo do Estado do Pará, tendo à frente Simão Jatene e o seu partido, o PSDB, em clara união com os setores mais atrasados das elites belenenses, foi a rejeição do processo de criação dos novos Estados. Porém, mesmo com o cerco a que fomos submetidos, mais de 93% do eleitorado de Carajás e Tapajós disse SIM aos novos estados.
Agora, passado o Plebiscito a fria realidade dos números mostra que o que falamos não era fruto de nenhuma mandracaria eleitoreira. Era (e, infelizmente, é!) amostra da realidade vivida por todos nós quando precisamos dos serviços públicos aqui em Carajás e no Tapajós.
O Idsus aponta, por exemplo, que Marabá, cidade estratégica para a região, no quesito Acesso à Saúde tem nota 2,46 e no quesito qualidade, nota 6,51.
Parauapebas, outra cidade considerada "rica" na região de Carajás, tem nota de Acesso igual a 2,60 e de Qualidade, 6,32.
Mas, o pior é saber que Belém, a capital do Parazão "rico, grande e pujante", tem nota de Acesso igual a 4,26 e de Qualidade, 6,1!
A coisa complica de vez quando vemos os índices de Palmas, capital do Tocantins: ACESSO: 6,00; QUALIDADE: 7,37!
O Tocantins, estado muito mais novo, consegue oferecer um atendimento de Saúde aos seus cidadãos bem acima da média nacional tanto no que diz respeito ao acesso quanto à qualidade. O Pará, vetusto e paquidérmico, fica ABAIXO DA MÉDIA NACIONAL NOS DOIS QUESITOS!
Esses índices, junto com tantos outros, não foram capazes de sensibilizar Jatene, o PSDB e suas "correias de transmissão" (miseravelmente, em operação até mesmo aqui em Carajás e no Tapajós!), mas são suficientes para que saibamos que estamos no caminho certo.
Antes de nos entristecermos com essa realidade, precisamos a) cobrar de Jatene que cumpra uma agenda mínima de investimentos nas duas regiões (cumprirá apenas sua obrigação; não nos prestará favor algum!); e b) reforçar a luta em favor de Carajás e Tapajós, apoiando todas as iniciativas que tenham este objetivo.
O fato de termos razão em nossa argumentação apenas aumenta nossa responsabilidade em não abandonar esta luta. Para fechar com um chavão: A luta, por Carajás e Tapajós, continuará! Sempre!
Vejam aqui o infográfico.