Servidores e contribuintes são filmados na Prefeitura
Câmeras de vigilância foram instaladas fora e dentro das salas de vários órgãos da Sefin

Câmeras de vigilância foram instaladas fora e dentro das salas de vários órgãos da Secretaria Municipal de Finanças
Servidor Municipal, você já se deu conta
de que está sendo filmado na Secretária de Finanças da Prefeitura
Municipal de Santarém? Algo de estranho deve estar acontecendo. Segundo
uma fonte, a situação é constrangedora e de desconfiança, expondo até o
contribuinte com seus sigilos. Os servidores estão chamando de Big
Brother e Alexandre de Pedro Bial. Foi-se a época que vigiar a vida
alheia era apenas programa de televisão. Mas até onde essa situação é
benéfica para o indivíduo? No serviço público é permitido apenas nos
corredores do prédio e não nos setores internos, expondo a
individualidade dos servidores.
Viver sob a constante mira de vigilância
pode ser danoso e desastroso. A instalação de equipamentos de
vigilância como forma de segurança, em ambientes que requerem
monitoramento específico, onde há grande depreciação do ambiente, ou
mesmo risco de perigo por parte do monitorado é totalmente aceitável.
Porém, nos setores internos, expor documentos sigilosos e a
individualidade de servidores é ilegal. O Sindicato dos Servidores deve
agir para evitar esse constrangimento pessoal. Se o prefeito Alexandre
Von desconfia de algum servidor, não pode expor sua operacionalidade
funcional em Câmeras é crime.
Usar câmeras para monitorar o dia a dia
de um servidor na sua mesa de trabalho pode ser tão constrangedor ao
ponto de fazer o servidor ter a sensação de que é suspeito de algum
crime, fazendo com que o cidadão de bem se sinta um marginal, é um
prejuízo à sua imagem e saúde, além de ser uma total exposição da sua
intimidade.
É preciso estabelecer um limite entre
vigia e vigiado. Quem está me assistindo? Onde isso está sendo
armazenado? Por quanto tempo o que foi gravado será guardado? Qual nível
de segurança das imagens captadas e armazenadas? Essas e muitas outras
perguntas vêm ao encontro da situação que a vigilância traz. Câmeras de
vigilância devem ser usadas a favor de uma sociedade, não para inibir
àqueles que trabalham em prol dessa sociedade.
A polêmica acerca das câmeras de
vigilância tem feito parte da rotina dos servidores fazendários da
Prefeitura de Santarém, que se encontram literalmente debaixo da mira da
desconfiança, que decidiu implantar um projeto, visando à instalação de
câmeras de vigilância interna na sala da SEFIN. A finalidade? Vigiar os
servidores durante o expediente.
O Sindicato dos Servidores deve agir,
pois é ilegal o monitoramento interno de um departamento onde o sigilo
do contribuinte deve ser preservado. Ninguém sabe informar o motivo que
levou o prefeito Alexandre Von a instalar as câmeras, presume que seja
para investigar ações dos auditores, Procurador e Secretária. Os
servidores monitorados devem ser o motivo, pois já existem comentários
que estejam envolvidos em atos ilícitos e isso prejudica a imagem dos
auditores e demais servidores vigiados.
A instalação de câmeras somente é
admitida nos lugares que dão acesso a corredores e entradas, com intuito
de garantir a segurança dos servidores e não para coagi-los. O
Sindicato dos Servidores tem obrigação de ingressar com Ação Judicial
para retirada imediata das câmeras em ambiente interno, vários
comentários maliciosos estão surgindo constrangendo os servidores.
Os servidores já estão pensando em
grevar cruzando os braços até que as câmeras sejam retiradas dos
ambientes, que fiquem apenas no ambiente externo. Os servidores
atingidos diretamente com o constrangimento. Pensam em ATO DE REPÚDIO à
instalação das câmeras nos ambientes internos de trabalho, com a fixação
de cartazes contra essas câmeras em frente aos equipamentos já
instalados e divulgação em outdoor.
Os servidores estão acuados com a
constante vigilância, como se precisassem ser policiados nas suas
atividades diárias. Eles estão se sentindo altamente incomodados com
esse fato, e não podem se manifestar com receio de serem punidos. É uma
falta de respeito que faz com que diminua a autoestima dos servidores já
que estão sendo vistos como servidores que cometem atos ilícitos.
Por: Manoel Cardoso