quarta-feira, 15 de julho de 2015

WhatsApp na justiça

Juízes estão usando WhatsApp para intimar réus e mediar negociações


O que fazer quando o réu em um processo na Justiça não responde a cartas, e-mails nem telefonemas? Envie uma mensagem pelo WhatsApp. É o que fez um juiz no Pará - e deu certo.
Este é apenas um dos vários exemplos de como o app de mensagens - comprado pelo Facebook por US$ 22 bilhões - é usado no sistema jurídico brasileiro.
O Ministério Público do Trabalho abriu processo por suspeita de tráfico humano internacional contra a madeireira Brokopondo Watra Wood International N.V., cuja sede fica no Suriname. O brasileiro que aparentemente oferecia mão de obra para a empresa também mora lá.
Inicialmente, o juiz Ney Maranhão - titular da Vara do Trabalho de Tucuruí (PA) - seguiu o procedimento de sempre: enviou uma notificação por carta, o que envolveu gastos com tradutor juramentado e a burocracia do Ministério das Relações Exteriores. No entanto, ninguém respondeu. Diversos contatos por e-mail e telefone tiveram o mesmo destino.
O caso tinha urgência: o juiz afirma que o autor da ação "está com situação de saúde delicadíssima, há muito se sujeitando a diversas e agressivas sessões de quimioterapia".
À medida que o juiz colhia depoimentos de pessoas próximas aos réus, ele descobriu que um dos acusados usava WhatsApp. Então o tribunal enviou, em texto e imagem, a sentença judicial pelo app.
Assim, a mensagem foi visualizada, e a empresa enfim respondeu.