quarta-feira, 28 de outubro de 2015

AGORA FEDEU!

Lula responsabiliza Dilma por operação na empresa de seu filho

Para Lula, Dilma só ouve o ministro José Eduardo Cardozo – que, no seu diagnóstico, quer apenas “aparecer”


Dilma e Lula em rota de colisão
Dilma e Lula em rota de colisão
Na véspera de completar 70 anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu a mágoa com Dilma Rousseff, sua sucessora, e a responsabilizou pela operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal na empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a seu filho Luís Cláudio. Em conversa com pelo menos três amigos, ontem, em momentos distintos, Lula se queixou de Dilma e disse que a situação “passou dos limites”.
Para o ex-presidente, Dilma só ouve o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – que, no seu diagnóstico, quer apenas “aparecer” –, e não entende que, em nome do combate à corrupção, pode destruir o projeto político do PT.
O Instituto Lula divulgou nota nesta segunda afirmando que “não têm qualquer fundamento” as informações de que o ex-presidente responsabilizava Dilma, conforme também havia divulgado o site do jornal Folha de S.Paulo.
Lula estará na quinta-feira em Brasília, para participar da reunião do Diretório Nacional petista, e vai pregar uma forte reação do partido ao que chama de “ofensiva” orquestrada para destruir o PT e o seu legado.
Além de Luís Cláudio, o presidente do Sesi, Gilberto Carvalho – chefe de gabinete de Lula de 2003 a 2010 e ministro da Secretaria-Geral da Presidência no primeiro mandato de Dilma – também foi citado no relatório da Operação Zelotes. Braço direito de Lula, Carvalho prestou depoimento ontem, espontaneamente, no inquérito que investiga a denúncia de compra de medidas provisórias para favorecer o setor automotivo.
Um dos amigos que conversaram com Lula contou que ele estava “furioso” e chegou a chamar o esquema de delação premiada de “mentirão” premiado. O ex-presidente disse que o governo Dilma “perdeu o controle” das investigações e que ilações são vazadas, sem qualquer prova, para enfraquecê-lo politicamente e impedir uma nova candidatura dele, em 2018.