sexta-feira, 4 de março de 2016

Prostituição infantil prolifera em Alter do Chão

Conselho Tutelar combate prostituição infantil na Vila, que está com índices alarmantes


Conselho Tutelar está lutando com todas as forças para combater a prostituição infantil na Vila balneária
Conselho Tutelar está lutando com todas as forças para combater a prostituição infantil na Vila balneária
Um problema social de relevância internacional, a prostituição infanto-juvenil, gera preocupação em autoridades de segurança do balneário de Alter do Chão, distante 37 quilômetros de Santarém, oeste do Pará. Considerado o principal cartão-postal do Estado do Pará, por apresentar praias paradisíacas que chamam atenção de turistas de vários países do mundo, Alter do Chão nos últimos anos se transformou no paraíso da exploração sexual de crianças e adolescentes.
As autoridades acreditam que o fato do balneário ter ficado famoso no mundo inteiro, após ter sido escolhido pelo jornal britânico “The Guardian”, como a praia mais bonita do Brasil, desbancando até mesmo Copacabana, no Rio de Janeiro, pode ter sido um dos motivos de nos últimos meses, ter virado rota de adeptos do turismo sexual.
A qualquer hora, segundo populares, basta uma volta rápida na Praça da Vila e nas principais praias de Alter do Chão, conhecida popularmente como “Caribe Brasileiro”, para constatar a presença de menores de idade em situação de risco e entender o que atrai tantos estrangeiros para o balneário.
O conselheiro tutelar José Quaresma informou que quando chega alguma denúncia sobre exploração sexual de crianças e adolescentes o órgão acompanha e depois faz os procedimentos cabíveis. Porém, segundo ele, o Conselho Tutelar tem incentivado a comunidade a denunciar os casos de crianças e adolescentes que estiverem sendo colocadas em situação de risco.
“O Conselho Tutelar tem um projeto de visitar todas as escolas para falar e alertar as pessoas sobre bullying e o turismo sexual. Estamos fazendo um trabalho de prevenção. Nessa questão existem cartazes do Conselho, afixados em todas as barracas da Ilha do Amor e na Praia do Cajueiro, com o número de denúncia do órgão contra o trabalho infantil, assédio, entre outras coisas que colocam menores em situação de risco”, diz José Quaresma.
De acordo com ele, o Conselho Tutelar de Alter do Chão recebeu denúncias, através do disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), sobre casos de menores de idade se prostituindo no balneário. “As pessoas denunciam, a gente mantém a identidade delas no anonimato e os casos são encaminhados para o Ministério Publico Estadual”, informou Quaresma.
SAIRÉ E CARNAVAL: No período das festas tradicionais, como Sairé e carnaval, o número de casos de prostituição infantil cresce assustadoramente na vila balneária, que no período dessas duas festas recebe milhares de pessoas de várias partes do mundo. Isso sem falar na grande presença de hippies que se espalham por Alter do Chão, principalmente na Praça, que virou casa dessas pessoas, que consomem drogas à luz do dia e não respeitam as famílias que para lá se dirigem nos finais de semana. Várias denúncias foram feitas de hippies que tomam banho só de cuecas no meio de crianças e também praticam cenas impróprias na frente das famílias.
CONSELHO TUTELAR: No dia 02 de maio de 2014, foi instalado oficialmente o Conselho Tutelar III, sediado na Vila de Alter do Chão. O primeiro Conselho Tutelar fora da área urbana de Santarém atende as comunidades da região do Eixo-Forte, e, também, as das regiões do Tapajós e Arapiuns.
A Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTRAS) é o órgão responsável pelos encargos necessários ao pleno funcionamento do Conselho Tutelar, garantindo sua estrutura administrativa, inclusive com recursos humanos, materiais e financeiros. Já o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDCA), é responsável em acompanhar diretamente o trabalho desenvolvido pelos conselheiros.
PROSTITUIÇÃO INFANTIL NAS ESTRADAS: O Pará é o segundo Estado brasileiro com maior número de pontos de prostituição infantil nas estradas, de acordo com pesquisa do Departamento Nacional de Polícia Rodoviária Federal em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Na BR-230, também conhecida como Transamazônica – que corta os municípios de Marabá, Altamira e Itaituba – alguns bares são considerados pela Polícia locais comuns de prostituição infantil. Ônibus, caminhões e veículos pequenos são alvos freqüentes de vistorias.
Assim como a Transamazônica, a BR-153 e a BR-163 foram mapeadas em um levantamento nacional feito pela Polícia Rodoviária Federal, que verificou nessas rodovias cenários propícios para a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Por: Manoel Cardoso