Interpol investiga sumiço de paraense convertida ao islã
Karina Barbosa saiu do país sem avisar os pais. Família desconfia que ela esteja na Turquia
A Organização Internacional de Polícia
Criminal (Interpol) investiga o sumiço de uma estudante paraense de 20
anos que se converteu ao islamismo e deixou o Brasil sem avisar a
família na manhã de terça-feira (5).
Karina Ailyn Rayol Barbosa fez contato
com os familiares pela última vez às 13h15 da última segunda-feira (4).
Ela havia se convertido ao islã contra a vontade da família há dois
anos.
Preocupados com o sumiço, os pais da
jovem – que cursa Jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA) –
procuraram a delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Belém e
constataram que ela havia saído do país pelo aeroporto internacional de
São Paulo, em Guarulhos, às 5h14 de ontem.
Segundo a PF, Karina usou um passaporte
verdadeiro, emitido no mês de dezembro em Belém. O pai da jovem, Nerino
Almeida, quer que a polícia tenha acesso às imagens do circuito de
segurança do aeroporto de Guarulhos. Ele acredita que as imagens possam
ajudar a descobrir o paradeiro da estudante.
Como a jovem é maior de idade e
aparentemente a viagem foi programada, segundo a PF, o caso foi
repassado à Interpol que investiga se a estudante foi recrutada por
alguma organização terrorista e para qual país ela viajou. O sistema de
tráfego de passageiros usado pela imigração brasileira registra a
entrada e saída de passageiros nos aeroportos do país, no entanto, dados
como o país de destino do viajante não são capturados, de acordo com a
assessoria de imprensa da Polícia Federal no Pará.
A família de Karina diz que o
comportamento da jovem mudou depois que ela se converteu ao islamismo.
Descrita pelo pai como estudiosa, responsável e centrada, Karina ficou
mais reservada após a conversão que ocorreu depois que ela iniciou um
curso de língua árabe na UFPA. ‘Nossa convivência era maravilhosa, mas
ela se afastou de outros colegas e primos. Ficou mais reservada e com o
tempo precisou tomar medicamento para depressão’, contou o pai.
Segundo Nerino, a filha começou a
frequentar o Centro Islâmico Cultural do Pará, localizado no bairro da
Campina, por influência de um professor do curso de língua árabe. O pai
credita o comportamento mais reservado à nova religião. Além de ter
ficado mais introspectiva, Karina trancou a graduação em Jornalismo sem o
conhecimento da família, fato só descoberto após o sumiço dela. ‘Ela
saía de casa todos os dias como se fosse para a faculdade. Por isso
desconfiamos que ela estava sendo aliciada nesse período em que estava
sem estudar’, afirma o pai.
Em nota a A Universidade Federal do Pará (UFPA) lamentou o aparente
desaparecimento da aluna do curso de Comunicação Social – habilitação
Jornalismo, Carina Raiol Barbosa, e esclareceu que ela não participou de
nenhum curso de língua árabe existente na instituição.
Segundo o professor Saif Mounssif,
pesquisador da Faculdade de Engenharia Naval da UFPA e imam do Centro
Islâmico Cultural do Pará, a estudante esteve, em 2014, em um curso de
língua árabe oferecido pelo Centro e, pouco tempo depois, manifestou o
desejo de conversão à religião muçulmana.
O pesquisador, porém, ressalta que o
curso de idioma trata apenas do ensino da língua árabe e da cultura a
ela ligada, sem abordar questões políticas ou religiosas em relação ao
Estado Islâmico.
Ele também esclarece que a presença da
jovem no Centro Islâmico Cultural do Pará sempre ocorreu com o apoio e
conhecimento materno e que a Carina Barbosa deixou de frequentar o
espaço em novembro de 2015. Desde então, a instituição não possui
informações sobre a universitária.
Fonte> ORM News