
Um risco iminente de contaminação de
frutas pode ser visto por quem caminha no calçadão da orla de Santarém,
próximo à Praça Monsenhor José Gregório (Praça da Matriz), na área
central da cidade. No local, pequenas embarcações ancoram e
comercializam frutas, como melancias, dentro de um canal de esgoto.
A falta de higiene chama a atenção de
usuários da orla. “Isso é um absurdo. A Vigilância Sanitária deveria
fazer uma fiscalização nesse local. Como a gente percebe, esses barcos
ficam dentro do esgoto. Eles trazem frutas da várzea e vendem aqui mesmo
para os consumidores. Esse esgoto ninguém sabe o que tem nele. Os
riscos de contaminação são muito grandes”, analisou a dona de casa,
Fátima Saraiva.
A movimentação de barcos no local virou
motivo de reclamação da usuária. Para ela, a orla já não é apenas um
local de lazer e entretenimento. Porém, nos últimos anos, também se
transformou em ponto comercial, onde são vendidas frutas e até
alimentos. “Tudo isso fez com que o objetivo do calçadão fosse
descaracterizado. Eu acredito que a orla era apenas para as famílias de
Santarém utilizarem para o seu lazer, mas o que acompanhamos é que o
espaço público foi tomado por comerciantes e, parece que ninguém faz
nada para coibir essa prática”, diz Fátima.
FISCALIZAÇÕES: A Divisão
de Vigilância Sanitária (DVS) e a Prefeitura de Santarém informaram que
várias fiscalizações para a retirada de vendedores já foram realizadas
na orla de Santarém. De acordo com a Vigilância Sanitária, as
fiscalizações vão continuar, por conta do surgimento de novos pontos de
vendas na orla, onde também alguns dos comerciantes que foram
notificados e retirados, acabaram voltando para o local.
Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de
Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra),
realizou a retirada de vendedores ambulantes que estavam de forma
irregular no cais de arrimo, em frente à Feira do Pescado. O trabalho
foi uma ação conjunta com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa),
através do Departamento de Controle e Qualidade de Alimentos (DCQA) da
Vigilância Sanitária e Polícia Militar.
Durante a fiscalização, foram apreendidos
trinta pacotes de açaí, vinte e cinco quilos de pescado, dois isopores e
dez quilos de verduras estragadas. Também foi feita a apreensão de
medicamentos que se encontravam em temperaturas inadequadas, produtos
sem registros e em locais sem autorização dos órgãos competentes. As
equipes constataram irregularidades nos lugares onde são feitas as
comercializações e, por conta disso, autuaram e notificaram para que
providências fossem tomadas de forma imediata.
De acordo com o chefe da Divisão de
Vigilância Sanitária, Walter Matos, as fiscalizações são feitas
rotineiramente para que a população tenha garantido produtos de
qualidade e de forma adequada.
O trabalho da equipe de fiscalização
urbana da Seminfra esclareceu que a iniciativa teve o objetivo de zelar
pelo bem-estar da população, assim como garantir os meios de poder viver
com tranquilidade, segurança e apoio, numa cidade arrumada e ordenada.
Segundo o chefe de fiscalização urbana,
Gilmar Santos, a ação foi o início de um processo de ordenamento.
“Primeiramente, a equipe realizou um trabalho educativo com os
vendedores, explicando o código de postura. Posteriormente, no dia 07 de
fevereiro, 16 vendedores foram notificados e no dia 15, a equipe
retirou os materiais de 10 vendedores que estavam no cais de arrimo”,
lembrou.
Alguns alimentos apreendidos foram destinados ao Aterro do Perema, por conta do estado de conservação.
A Vigilância Sanitária promete estender as fiscalizações para outros pontos da orla de Santarém.
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto