Prefeito Nélio Aguiar diz que empresa deve deixar ruas cimentadas, após colocar tubulações
O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, em
 entrevista exclusiva à nossa reportagem, se manifesta sobre diversos 
assuntos polêmicos que foram e estão sendo notícia na imprensa e redes 
sociais.
Na reportagem, o Prefeito fala sobre a 
polêmica da retirada dos trabalhadores da Feira do Tablado, determinada 
pela Justiça, que já autorizou até que a Polícia Militar use a força, se
 for preciso:
“Com relação à Feira do Tablado, houve 
uma ação movida pelo Ministério Público Estadual  e uma decisão do Poder
 Judiciário, para que os feirantes desocupassem aquele espaço dentro do 
prazo de 72 horas. Essa foi a primeira decisão, como o prazo de fato foi
 pequeno, houve um acordo, nós demandamos para o Poder Judiciário e foi 
feito outro acordo onde a Prefeitura teria que cumprir alguns itens e a 
Associação dos feirantes teria de cumprir outros. Nós cumprimos nossos 
itens 100%, sendo que um dos itens que a Associação ficou de cumprir foi
 de fazer os investimentos lá no Mercadinho da Rodagem, eles ficaram 
responsáveis por isso. A Prefeitura ficou responsável de fazer um termo 
de cessão daquela área por 50 anos, cedemos a área para eles, mas por 
questões financeiras eles não conseguiram cumprir esse item. Tentaram 
alguns empréstimos em instituições bancárias e não conseguiram obter 
nenhum financiamento para fazer os investimentos. Há necessidade de 
investirem mais ou menos uns 500 mil reais para ficar com uma estrutura 
bonita e adequada, higiênica e com todas as necessidades para atender o 
funcionamento de uma feira, de um mercadinho. Como eles não conseguiram e
 acabou o prazo da prorrogação há 6 meses, temos aí a última decisão 
para desocupar, inclusive utilizando a força policial. Os feirantes 
compreendem isso, nós estamos querendo evitar o uso da força, então, 
eles querem sair pacificamente. A princípio eles queriam ficar no 
estacionamento do Mercadão 2000, mas não foi possível, não houve 
concordância por parte do governo, ficaria uma situação muito difícil, 
pois já é complicada hoje a situação do estacionamento que é pequeno e 
outros que ali também trabalham e ficaria mais difícil. Propormos o 
mercadinho lá da Prainha, eles também não concordaram, acham que não têm
 possibilidade de grandes negócios para lá. Na última reunião que nós 
fizemos, houve um consenso, foi uma reunião muito boa e tranquila, e a 
saída que nós encontramos de maneira emergencial foi de preparar um 
aterro que está faltando na área do Mercadinho da Rodagem (Tupaiulândia)
 e eles concordaram, vão para lá. Acreditamos que nas próximas duas ou 
três semanas, já vão estar lá trabalhando; a princípio vão se instalar 
de forma precária, forma provisória, enquanto a Prefeitura está fazendo 
um processo, uma chamada pública para fazer uma PPP (Parceria Pública 
Privada), sendo que alguns empresários já manifestaram interesse de 
fazer investimentos naquele local. Esse dinheiro que eles não 
conseguiram no banco, alguns empresários têm interesse em fazer esse 
investimento e ter algum espaço para eles também participarem 
comercialmente naquela área. Acredito que tudo será resolvido, está tudo
 bem encaminhado, o mais importante é que tanto por parte da Prefeitura 
como por parte da Associação, iremos cumprir logo a decisão judicial. 
Nós estamos empenhados nisso e vamos tomar essas providências 
emergenciais. Acredito que nós próximos 4 ou 5 meses nós teremos as 
instalações bem adequadas para eles continuarem trabalhando”, disse 
Nélio Aguiar.
Nélio também se manifesta sobre a 
problemática do Residencial Moaçara, que faz parte do programa Minha 
Casa, Minha Vida, onde o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) 
publicou na terça-feira (14) a decisão (acórdão), referente ao 
julgamento do recurso da Associação de Moradores do bairro Aeroporto 
Velho (Ambeve). Os desembargadores da 2ª Instância determinaram que a 
preferência na distribuição dos imóveis é dos associados e não da 
Prefeitura. De acordo com a decisão da Sexta Turma do TRF-1, o 
cumprimento da obrigação imposta à doação não ofende preceitos de 
igualdade, já que, a Associação é composta por moradores da região em 
que estão localizadas as residências construídas no bairro Aeroporto 
Velho, além de estar qualificada para exercer as atribuições das 
moradias, “situação essa que assegurará o fiel cumprimento do encargo 
aposto ao termo de doação do terreno em que realizado o Programa 
Habitacional do Governo Federal”, diz o acórdão.
“Em relação à decisão judicial do 
Residencial Moaçara, estamos analisando junto à Procuradoria Jurídica do
 Município uma forma de recorrer. A gente deve apresentar algum recurso,
 apesar de que na decisão eu vejo que não mudou muita coisa, porque pelo
 que foi divulgado na imprensa dizendo que é a Associação que faria o 
cadastro, não procede na decisão. Lá diz que os moradores da Associação 
preferencialmente teriam acesso a vagas. Mas, preferencialmente não é 
obrigatoriamente. Então, ninguém está obrigando a Caixa a passar os 
apartamentos para pessoas vinculadas à Associação, está dizendo que quem
 está na Associação vai apresentar seu cadastro, como quem também não 
está na Associação, e só será atendido de acordo com os critérios da 
Caixa e do Ministério das Cidades. Vamos dizer que tem alguém que por 
estar na Associação quer um apartamento, mas já tem casa própria. Esse 
está fora, pois o critério não permite para quem tem outro imóvel seja 
atendido pelo programa do Governo Federal, que tem regras e critérios. 
Então, não dá para chegar assim e descumprir as regras que existem. A 
Prefeitura é fiscalizada, a Caixa é fiscalizada, todos nós somos 
fiscalizados, nós temos de prestar contas desse programa; são 
residências, apartamentos e imóveis feitos com dinheiro público; tem uma
 empresa particular fazendo, mas é com um projeto aprovado pela Caixa e 
Prefeitura, que é realizado e financiado com recurso do Governo Federal.
 Nós estamos analisando juridicamente, visualizando aqui que a decisão 
na verdade está querendo dizer que qualquer pessoa da Associação tem 
direito de se cadastrar como qualquer outra pessoa de outras associações
 de outros bairros da cidade também tem o mesmo direito de se cadastrar.
 A decisão judicial colocou somente a palavra “preferencialmente”, mas 
todas as pessoas terão de passar pela peneira dos critérios. Se a renda 
for acima de três salários mínimos, se tiver outra moradia ou imóvel, 
essas pessoas não terão acesso às moradias, pois o programa tem 
critérios, e a própria decisão do Juiz diz que desde de que sejam 
respeitados os critérios de cadastro pela Caixa, ou seja, a Caixa 
continuará fazendo esse crivo necessário obedecendo o que está na lei”, 
declarou o Prefeito.
Prefeito Nélio Aguiar fala sobre outro 
assunto que vem causando polêmica, que é a obra de esgotamento sanitário
 que está sendo feita por uma construtora e os moradores do bairro da 
Aldeia estão reclamando da poeira e dos buracos nas ruas.
“Nós estamos investindo nessa área de 
saneamento importante em Santarém. Podemos dizer que é uma situação 
vergonhosa, o esgoto a céu aberto, água servida indo para ruas, muitos 
aqui tem poços e fossas em suas casas, sendo que a fossa acaba 
contaminando a água do poço. Então, essa é uma realidade que a gente vem
 enfrentando devido à própria falta de investimento ao longo dos anos da
 concessionária, ou seja, a empresa que fez o contrato de gestão com a 
Prefeitura, no caso a Cosanpa. A gente quer reverter essa situação, 
então, pelo governo nós já temos estudos que foram realizados e já 
analisamos esses estudos. Temos um excelente cenário pela frente, a 
perspectiva é que após o processo licitatório, uma nova empresa esteja à
 frente e a gente tenha investimentos em Santarém na ordem de 480 
milhões de reais só nessa área de saneamento básico, água e esgoto. 
Teremos como meta, universalizar o abastecimento de água, ou seja, 
atender em 100% as moradias na área urbana de Santarém em 1 ano e seis 
meses. A água é o problema mais fácil de resolver e a questão do esgoto,
 nós estamos saindo praticamente de zero. Essa obra que está sendo 
realizada, a gente vai chegar aos 30% da área urbana de Santarém saneada
 e ao longo de 6 anos a gente espera chegar de 60% de bairros de 
Santarém com rede de esgoto. Os investimentos vão continuar acontecendo 
ao longo da concessão, chegando a atingir de 96 a 98% também de esgoto, 
ou seja, os próximos anos vamos ter investimentos em Santarém na ordem 
de 548 milhões de reais, onde no final desse investimento nós iremos ter
 100% no abastecimento de água e cerca de 96 a 98% da população atendida
 com rede de esgoto. Isso é um salto muito grande. Eu sei que causa 
desgaste, sei que não dá muito voto. É muito mais fácil um político 
conseguir voto sem cavar buraco, só asfaltar a rua e não fazer nada de 
esgoto nem drenagem. É muito mais fácil só fazer uma praça, isso dá 
maior visibilidade, dá mais retorno eleitoral, dá mais votos. Mas eu 
entendo que a gente tem de ter responsabilidade com Santarém e não dá 
para administrar o Município pensando somente no que vai ou não dar 
votos. Eu acho que precisamos fazer o que precisa ser feito independente
 se vai dar voto ou não, essa responsabilidade eu não abro mão. Eu tenho
 uma missão, fui eleito para os primeiros quatro anos de governo, nós 
vamos cumprir o que está no nosso plano de governo e vamos estar 
trabalhando para fazer o que precisa ser feito em Santarém, não pensando
 somente na próxima eleição ou reeleição, não estou preocupado com isso,
 minha preocupação foi assumida perante Santarém em administrar 
corretamente os recursos públicos e fazer o que precisa ser feito pelo 
Município. Saneamento é uma delas. Como médico, eu não abro mão disso, o
 mundo inteiro sabe que cada 1 real investido em saneamento, você 
economiza 4 reais em saúde, você melhora a qualidade de vida, as pessoas
 adoecem menos. Santarém é uma cidade turística, recebemos muitos 
visitantes, uma cidade com mais de 300 mil habitantes, então, precisamos
 visualizar e melhorar esse aspecto das nossas ruas, de ver esgoto a céu
 aberto, ver as coisas correndo pela rua e todo mundo utilizando fossa, 
não ter tratamento de esgoto, isso é essencial para que a gente possa 
obter esse avanço. É claro que são obras de saneamento, quando ela já 
vem depois do que deveria ter vindo antes, nós sabemos que o País 
inteiro há muitos anos não investiu nessa área de saneamento, muitas 
ruas foram pavimentadas e não foi feito o saneamento antes, nem rede de 
água, nem rede de esgoto e agora tem que quebrar tudo e, 
consequentemente causa esse transtorno. O que nós vamos cobrar da 
empresa e que temos observado em algumas ruas, é que ela não vem 
cumprindo a forma como foi programado, ou seja, ela tem que quebrar e 
cavar, instalar a rede, para isso ela quebra a calçada e a rua. A 
empresa teria de recuperar e deixar num concreto, no cimento. Ela não 
entra com asfalto no caso da rua, mas tanto na calçada e na rua ela deve
 deixar no cimento e, segundo as orientações dos engenheiros, depois que
 eles terminarem a parte do cimento dentro de 3 dias, aí sim já teria a 
cura da massa do concreto, para a Prefeitura fazer a recuperação 
asfáltica. Mas a gente tem observado que alguns serviços têm sido 
realizados e não tem sido colocado cimento, tem ficado ainda na areia e 
não tem sido cumprido esse prazo de 72 horas. Nós já conversamos com o 
Secretário de Infraestrutura para notificar e cobrar da empresa, para 
que ela cumpra o cronograma e possa reduzir a dimensão desse impacto. 
Não podemos zerar esse impacto, sempre vai ter, que incomoda, causa 
transtorno; isso é inevitável. Mas a extensão desse impacto e a demora 
em fazer a recuperação, isso temos como corrigir, cobrando da empresa 
para que ela possa ser mais eficiente e que ela possa assim que fizer a 
instalação da colocação da rede de esgoto, que imediatamente possa 
deixar cimentado e após 3 dias a gente possa recuperar a pavimentação”, 
finalizou Nélio Aguiar.
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto