quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Resumo da Sessão Especial da Câmara Municipal de Santarém - 13.10

TEMA: IMPLANTAÇÕES DE HIDRELÉTRICAS NO RIO TAPAJÓS

Os 14 vereadores santarenos e os convidados padres Edilberto Sena e José Cortes, da Frente de Defesa da Amazônia e representante do bispo da diocese de Santarém, Dom Esmeraldo, respectivamente; além de Conceição Menezes, presidente da Unecos e Jorge Coutinho, da Famcos; foram unânimes em lamentar e criticar a ausência dos representantes da Eletronorte e da Agência Nacional de Energia Elétrica, na sessão especial desta terça-feira, 13, solicitada através de requerimento pelo vereador Nélio Aguiar, que objetivou debater o projeto do Governo Federal de implantar sete hidrelétricas no rio Tapajós, sem sequer consultar os povos e lideranças da região. Na opinião dos vereadores e convidados a sessão poderia ser muito mais proveitosa, se houve o contra ponto dos órgãos governamentais, que estão no entendimento de muitos impondo a implantação das hidrelétricas em numero de sete no rio Tapajós. Depois de ouvir convidados e seus pares, o presidente da Câmara José Maria Tapajós atribuiu ao vereador Nélio Aguiar a incumbência, com apoio das assessorias técnica - legislativa e jurídica da Casa de Leis, elaboração de um relatório da sessão para que seja enviado as autoridades das esferas estaduais e federais, mostrando o descontentamento da sociedade regional com relação a implantação de tais hidrelétricas, sem a consulta prévia de quem vive na Amazônia e particularmente no Oeste do Pará. O padre Edilberto Sena em sua exposição afirmou que as sete hidrelétricas projetadas pelo Governo Federal para serem implementadas no rio Tapajós, só vai servir aos interesses de Grandes projetos como mineradoras, madeireiras e fazendas, que em seu entendimento e com base em estudiosos, estariam contribuindo para daqui a cerca de 30 anos tornar a Amazônia desertificada, com uma mudança climática terrível, com o aumento do calor e a pobreza da terra, em função da destruição da camada florestal e os alagamentos provocados pelas hidrelétricas. “Vai haver um sofrimento sem precedente, dos nossos filhos e netos”, assegurou. Padre José Cortes que na sessão, representou o bispo Dom Esmeraldo, disse que a posição da Igreja é na defesa do envolvimento da população regional em uma discussão ampla sobre o tema. Ele enfatizou que as hidrelétricas, são como os demais grandes projetos aqui implantados, vêm com o objetivo de tobter lucros da região, sem levar em conta a situação das populações locais. “Para nós em primeiro lugar, não é o lucro, mas as populações que vivem aqui e precisam ser respeitadas”, apelou. José Coutinho, presidente da Famcos, entende que “todo projeto de interesse público, tem que ser discutido com a sociedade interessada, o que não está acontecendo no caso das hidrelétricas projetadas para o rio Tapajós”, disse estar preocupado com os impactos que as hidrelétricas vão causar. “Os pros e os contra que esse empreendimento vai trazer para a região, tem que ser discutido com a sociedade”, observou. Conceição Menezes, presidente da Unecos, afirmou que todo projeto, mesmo que pareça gerar desenvolvimento, mas que suprime a vida, a sua entidade é contrária, referindo-se a implantação das hidrelétricas. Ela defende uma ampla discussão do assunto, mas com a maior importância para a preservação da vida em todos os aspectos. O vereador Nélio Aguiar (PMN), lamentou que o Governo Federal tenha tanto dinheiro, cerca de 53 bilhões de reais, para gastar com o tal projeto das hidrelétricas, em detrimento a pobreza imposta ao povo da Amazônia, sem direito a educação, saúde e estradas para. “Nós precisamos que o projeto das hidrelétricas venha pelo desenvolvimento sustentável da nossa região e não simplesmente para atender interesses comerciais de outros estados”, afirmou. O presidente da Câmara José Maria Tapajós (PMDB), considerou a Sessão Especial, como uma oportunidade proporcionada pelo Legislativo municipal a sociedade civil organizada, para levantar o debate sobre a implantação das hidrelétricas no rio Tapajós. “Em muitos casos há assuntos referentes a nós da Amazônia, que são discutidos em âmbito nacional, em Brasília e quando se discute megas projetos para o país, temos que pensar não só no desenvolvimento, mas também nas conseqüências. Afinal de contas, de repente, pode ficar só as conseqüências para os amazônidas”, arrematou Tapajós.


Nesta quarta o tema é : HOSPITAL REGIONAL DO BAIXO AMAZONAS

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