Lixo e dejetos são jogados nos arredores do Lago do Juá e pescadores cobram fiscalização.
Dejetos e lixo são jogados às proximidades do Lago
Um dos principais mananciais da área
urbana de Santarém, o Lago do Juá, sofre com a degradação ambiental.
Quem visita o local constata lixo espalhado nos arredores do lago, como
garrafas de bebidas alcoólicas, latinhas de refrigerante e cerveja,
sacos plásticos, entre outros.
Além do lixo, trilhas feitas por
condutores de veículos automotores também são vistas tanto as margens do
lago quanto na Praia do Juá. Temendo a degradação total do Lago do Juá,
pescadores e moradores tradicionais cobram fiscalização por parte dos
órgãos públicos.
Outro problema visto por quem caminha
nos arredores do Juá é a ocupação desordenada, por conta da grande
quantidade de casas construídas na área. São conjuntos habitacionais,
casas de veraneio e áreas de invasão, localizados dentro da Área de
Preservação Permanente (APP).
O reflexo da ocupação desordenada
impactou também a pesca na região do Juá, famoso por ser o habitat
natural de espécies, como o Tucunaré. O prato feito à base de Tucunaré
se consolida como um dos mais apreciados na mesa dos santarenos. Muitas
famílias que sobrevivem da pesca e dependem exclusivamente do Lago do
Juá estão preocupadas, pois existe a possibilidade do manancial se
tornar inútil para uso e consumo, e muitas pessoas irão sofrer as
consequências.
Preocupado com a degradação do Lago, o
pescador de codinome “Pelé” alerta as autoridades. “A pescaria está
muito fraca e, tudo isso é por causa da poluição e das construções
próximas ao lago. Há uns 10 anos, eu saía da minha casa, que fica na
beira do lago, e a canoa voltava cheia de peixe. Hoje, o peixe que
consigo vem com a qualidade muito ruim, cheio de lama e malmente dá pra
minha família se alimentar. Pra gente conseguir comercializar o pescado,
tem que praticamente ficar dia e noite dentro da canoa, no meio do
lago”, comenta o pescador, acrescentando que criou sua família a base da
pesca no Juá e, que hoje, lamenta a contaminação do manancial.
“Agora, a gente vê com tristeza tudo
isso que está acontecendo no Juá e sem que autoridades façam alguma
coisa pra amenizar o problema. Mas, esperamos que algum dia o Juá volte a
ser como antes”, argumentou o ribeirinho.
Além dos problemas ocorridos próximos ao manancial, a estrada que dá acesso ao lago virou um lixão a céu aberto.
Restos de animais, resíduos de material
de construção, carcaça e tubo de imagem de televisão, móveis e peças de
carros e motocicletas são despejados no local. O material, segundo os
moradores das proximidades, está sendo levado de carroça ou caminhonete e
despejado a poucos metros da rodovia Fernando Guilhon, que liga a zona
urbana de Santarém ao aeroporto Maestro Wilson Fonseca.
Fonte: RG 15/O Impacto