
Tapajós, profundo conhecedor da gestão
pública, tem se demonstrado incansável na condução de suas funções, seja
como vice-prefeito ou secretário interino da Secretaria Municipal de
Agricultura e Pesca (Semap). O multifuncional do governo Nélio, analisa
com clareza o caminho percorrido até aqui, e garante no que depender
dele, disposição e iniciativa para superar os desafios não faltarão.
Acompanhe:
Jornal O Impacto: Qual a avaliação o senhor faz desses 45 dias de governo?
José Maria Tapajós: Eu
diria que 45 dias é pouco tempo, mas temos de levar em conta esse tempo.
Ainda estamos ajustando as secretarias, a exemplo, que a partir desta
segunda-feira se deu início às aulas na rede municipal, isso significa
que a partir de março nós saberemos o quanto representará
financeiramente a Secretaria de Educação. Temos as duas maiores
secretarias, a de Educação e a de Saúde. A folha de janeiro representa o
valor menor, pois a educação só receber os efetivos; em fevereiro os
professores e contratados temporários recebem 50% do mês de janeiro e no
mês de março todos recebem integralmente. Então, somente a partir do
mês de março é que teremos os números de quanto está representando a
máquina pública.
Final de março, completaremos 90 dias, é
quando o ex-prefeito Alexandre Von terá o prazo legal para entregar à
atual gestão o balanço geral da sua administração; a partir daí vamos
realmente saber os detalhes do exercício anterior, como também saberemos
quanto custará a máquina pública de Santarém. Temos de levar em conta
muitos pontos, dentre eles, o percentual com gasto de pessoal, temos o
prudencial de 52% e o limite 54%. Nesse período que estamos em
insegurança no que diz respeito ao percentual de repasse, temos de ser
prudentes com relação aos gastos; acreditamos que poderemos a partir do
mês de março ter o planejamento já caminhando para o meio do ano. O
prefeito Nélio reuniu todos os secretários e ouviu de cada um, o que
cada um produziu nos primeiros 30 dias e foi bastante produtivo, na
avaliação do Prefeito e minha particularmente. Entendemos e avaliamos
que todos os coordenadores e secretários apresentaram rendimentos nesse
primeiro mês; vale ressaltar que nem todas as equipes estão montadas,
estamos com problemas de equipamentos na Infraestrutura e na
Agricultura, esses equipamentos certamente deverão ser colocados em
funcionamento nos próximos dias. O Prefeito tem conseguido boas notícias
no que tange aos recursos, que são oriundos do Governo Federal através
não só de Emenda Parlamentar, mas como também de repasses do Governo
através de convênio com a municipalidade
Acreditamos que nesses 45 dias, sem
dúvida nenhuma, nós podemos dizer que fizemos o que foi preciso ser
feito e certamente faremos mais a partir daqui.
Jornal O Impacto: Ao assumir o governo, houve alguma dificuldade?
José Maria Tapajós: Sem
dúvida! Há secretarias, a SMT, por exemplo, que os NAFS que entraram
tiveram dificuldades porque arquivos foram levados, e outros apagados.
Mas isso tudo está sendo recuperado e será montado. Nós acreditamos que
isso não representa grande relevância, pois entendemos que quem fez
isso, fez uso da má fé e os nossos técnicos são capazes de fazer as
coisas funcionarem corretamente. Nessa passagem de um governo para o
outro nós já sabíamos que encontraríamos dificuldades, e essas
dificuldades estamos enfrentado de cabeça erguida e a população de
Santarém pode ficar certa que faremos de tudo para fazer um grande
governo. Eu, como vice, e neste momento no exercício da Prefeitura;
costumo dizer que o tempo me fez dizer que tenho experiência para
enfrentar essas situações. O prefeito Nélio está viajando numa missão
institucional, acredito que os resultados serão positivos nessa troca de
experiência entre prefeituras do primeiro mundo com a nossa. Dos 5
prefeitos brasileiros, o único do Norte foi o de Santarém, para nós isso
é muito importante; não tenho dúvida de que essas experiências trocadas
que virão de lá servirão muito para serem implementadas na
administração do Nélio e Zé.
Jornal O Impacto: Quanto à Secretaria de Agricultura e Pesca, que ações o senhor já conseguiu implementar?
José Maria Tapajós: Na
Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca, onde estou interinamente,
agora exercida pelo Secretário de Infraestrutura Daniel Simões, eu diria
que avançamos muito! Ainda procurando visitar os serviços que a
Secretaria tem a fazer, temos reunido, por exemplo, com os produtores de
pescado, onde temos o maior interesse que a Prefeitura dê a esses
produtores condições para que eles possam negociar o seu pescado –
produto de boa qualidade não só no mercado de Santarém, mas também em
outros mercados- e serem incentivados pelo Município e também fazer com
que a agricultura familiar funcionar como de direito. Estamos desde o
dia 9, na região do Ituqui, que é um assentamento do Governo Federal,
mas os munícipes que lá estão, são de Santarém e por conta deles estamos
com nosso equipamento garantindo a trafegabilidade no eixo da
Santarém/Curuá-Una à Santarém/Miri, dando condições para todas as
comunidades do entorno da grande área da região do Ituqui. Descendo de
lá nós vamos adentrar à região do Eixo Forte, como também aqui na região
entre a Santarém/Cuiabá e Curuá-Una; desde que possamos dar garantia de
trafegabilidade para a população do Planalto, garantindo assim o
escoamento da sua produção como também o transporte escolar que precisa
muito da trafegabilidade nos ramais que dão acesso às principais vias.
Jornal O Impacto: Temos recebido
muitas denúncias em relação aos caminhões frigoríficos que
comercializam pescado de outros estados próximo ao mercado do tablado,
onde despejam dejetos. Que encaminhamentos a Semap pode fazer para
evitar esse tipo de situação?
José Maria Tapajós: Nós
também já recebemos denúncias e reclamações de populares. Eu acredito
que todos têm razão. Nós e o secretário Bruno, que deve ser nomeado
brevemente, pois sua licença já foi liberada e já foi publicada no
Diário Oficial da União (DOU), haja vista que ele é servidor da UFOPA, e
com certeza ele deverá tomar medidas cabíveis junto à Procuradoria
Jurídica da Semap, porque não podemos de maneira nenhuma aceitar que
comercialização daquela forma seja praticada, inclusive por muito tempo.
Nós queremos proporcionar a todos e a todas, qualquer tipo de negócio,
dentro da legalidade, e dentro da higiene, principalmente se tratando de
um área onde nós temos o maior complexo de abastecimento, que é ali no
entorno do Mercadão 2000. Se Deus quiser nós iremos corrigir essa falha
da municipalidade que vem de outro governo e nós não podemos permitir
que permaneça.
ENTENDA O CASO: Vários
vendedores de peixe procuraram nossa redação para denunciar o abuso que
as carretas frigoríficas, que transportam peixes de outros estados,
fazem quando estacionam às margens da Avenida Tapajós, em frente à Feira
de Pescados, em Santarém. Pescadores antigos, que sempre viveram desse
trabalho, estão encontrando dificuldades para comercializar o peixe que
conseguem pegar nos rios da região, pois a concorrência é desleal. Ou
seja, os caminhões frigoríficos chegam carregados de peixe do Mato
Grosso e outros estados e vendem por um preço bem menor, dificultando a
comercialização dos pescadores da região. Alguns pescadores da região
questionam: será que eles pagam impostos do que estão vendendo?
Isso sem falar na sujeira que esses
caminhões deixam no local. Além do fedor, carcaças de peixes são jogadas
na beira do rio e no próprio leito da Avenida Tapajós, proporcionando
um deleite para urubus e ratos. As pessoas que praticam caminhadas pela
orla da cidade, quando passam nesse trecho, sentem o fedor e são
obrigadas a disputar espaço com os carros no leito da Avenida Tapajós.
Por: Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto