Mário Gomes questiona recurso deixado por Maria do Carmo

Líder comunitário quer saber onde foi parar recursos deixados pela ex-prefeita Maria do Carmo
 
O abandono de pontes importantes para a 
acessibilidade de milhares de pessoas em Santarém deixou o presidente do
 Centro Comunitário do Bairro São José Operário, Mário Gomes, revoltado 
com a falta de atenção por parte do prefeito Alexandre Von (PSDB) e do 
governador do Pará, Simão Jatene (PSDB).
Pontes como do Igarapé do Urumari e da 
Toca da Raposa, que ligam importantes zonas de Santarém viraram motivo 
de denúncia de moradores das proximidades. Inconformado com o problema, 
Mário Gomes denunciou o sumiço do dinheiro destinado para a construção 
de uma ponte de concreto sobre o Igarapé do Urumari, na Avenida Dom 
Frederico Costa, que segundo ele, foi deixado em caixa no governo da 
ex-prefeita Maria do Carmo (PT), mas que ninguém soube onde foi parar na
 atual gestão de Alexandre Von.
“Quando terminou o mandato da 
ex-prefeita de Santarém, ela deixou valores no caixa do Município, para a
 construção de uma ponte de concreto, na Avenida Dom Frederico Costa, no
 bairro São José Operário, sobre o Igarapé do Urumari. Eu tenho essa 
documentação e vou repassar pra imprensa, pra população não me chamar de
 mentiroso. Acontece que a contrapartida desse dinheiro seria do próximo
 gestor municipal e, até o presente momento nada foi feito”, revela 
Mário Gomes.
De acordo com ele, para não ficar sem 
ter por onde chegar ao centro da cidade, os comunitários se reuniram com
 transeuntes e fizeram uma ‘vaquinha’, para poder fazer a reforma 
improvisada da ponte, no bairro do Urumari. “Isso foi dinheiro dos 
comunitários e dos transeuntes, que andam no local diariamente”, 
reforçou Gomes.
Para ele, falta atenção por parte da 
administração municipal, para reformar e construir pontes interligando 
os principais bairros de Santarém. “Se formos ver, também, a calamidade 
da ponte da Toca da Raposa, é lastimável que a população não tenha um 
gestor que preste. A Casa Legislativa também deixa muito a desejar, 
porque eles não representam o interesse do povo”, critica Mário Gomes, 
apontando que a população não vê nenhum Vereador visitando as 
comunidades, para reivindicar juntamente com os moradores, melhorias 
para toda a coletividade.
“A gente fica a mercê da vontade não sei
 de quem, porque nem o Governo Municipal, nem o Governo Estadual e nem a
 própria sociedade, não se mobilizam para cobrar absolutamente nada!”, 
criticou o Líder Comunitário.
COBRANÇA: Para Mário 
Gomes, as lideranças comunitárias servem como escudo da população, por 
receber diretamente as cobranças das famílias que se sentem prejudicadas
 pela falta de atenção do poder público. “Nós, como presidente 
comunitário, somos um pára-choque disso tudo, porque é pra cima de nós 
que vem toda essa cobrança. Infelizmente não podemos fazer nada, porque 
não é da nossa alçada resolver essas questões. A imprensa muito tem 
ajudado, mas as autoridades se fazem de surda nesse país”, critica Mário
 Gomes.
Mário destaca que se as pontes fossem 
reformadas iriam servir não somente como zona de escoamento do trânsito,
 mas, também, da produção da agricultura familiar do entorno do Igarapé 
do Urumari. “Na Área Verde tem produção de verduras e legumes e 
precisamos da ponte trafegável para escoar a produção até as feiras, 
mercados e supermercados da cidade. No bairro do Urumari temos muitas 
hortas particulares e comunitárias e precisamos ter acessibilidade pra 
escoar essa produção”, aponta Mário Gomes, recriminando que em algumas 
ocasiões, as famílias se sentem obrigadas a carregar os produtos, na 
própria cabeça.
“Infelizmente, temos que carregar o 
produto na cabeça e muitas vezes arriscando a própria vida, porque 
muitas pessoas precisam acordar cedo para poder chegar aos pontos de 
comercialização da produção na cidade. Em algumas ocasiões sofre algum 
tipo de crime, como assaltos”, mostra.
ABANDONO: Indignação. 
Esta palavra resume bem o sentimento dos moradores dos bairros da Área 
Verde, Urumari, São José Operário e Jutaí com a Prefeitura de Santarém. 
Há vários meses que as pessoas solicitam ao governo municipal a 
recuperação da ponte que serve de ligação entre essas comunidades às 
vias de acesso ao centro da cidade. Os apelos dos comunitários jamais 
foram atendidos e a situação só se agravou nos últimos dias.
Para não ficarem completamente isolados,
 os condutores estão utilizando outras vias de acesso ao centro da 
cidade. Pela ponte, todos os dias, além de bicicletas, motocicletas e 
veículos pequenos transitavam, veículos pesados, inclusive caminhões 
madeireiros, que utilizavam aquela passagem para não ter que rodar pela 
rodovia Curuá-Una. Toda a madeira, segundo os moradores, está velha e 
deteriorada.
OBRAS DE EXTENSÃO DA DOM FREDERICO COSTA:
 Os moradores da área que fica entre os bairros Urumari e Jaderlândia, 
cobram a retomada das obras de abertura de extensão da Avenida Dom 
Frederico a partir da ponte do igarapé do Urumari e que as condições de 
trafegabilidade da via seja melhorada. De acordo com os comunitários, em
 2013, a Prefeitura realizou serviço de limpeza e terraplanagem em 
alguns pontos da avenida, mas a obra não foi concluída.
No trecho que corta a grande área da 
Prainha, a rua tem asfalto, mas a partir da ponte do Igarapé do Urumari a
 realidade ainda é diferente. Segundo o presidente do Centro Comunitário
 do São José Operário, Mário Gomes, o governo garantiu realizar a obra 
no trecho, mas até o momento não fez nada.
“O governo garantiu que ia fazer essa 
abertura da extensão do Jutaí, da Rua Maringá até o Jaderlândia. Também 
pedimos para ser colocada a piçarra para melhorar o trânsito, para que 
diminuísse mais o fluxo de transporte na Avenida Curuá-Una e, também a 
iluminação pública, porque aqui fica tudo no escuro e até agora eles só 
limparam, dizendo que já dá para passar os carros, mas quem é que vai 
meter nesse areão?”, questiona Mário Gomes.
Para o comerciante Valdemir Brito, não 
há condições de trafegabilidade no trecho que fica na esquina com Rua 
Cristovão Colombo, no bairro do Maicá. “Não tem nem estrada. É difícil 
passar. A gente não trafega por aqui, só na Curuá-Una”, relata.
O trecho que vai da ponte do Urumari até
 o bairro Jaderlândia, envolve seis bairros: Urumari, Jutaí, Área Verde,
 Maicá, Pérola do Maicá e Jaderlândia.
Por: Manoel Cardoso