Ex-Senador diz que a corrupção é uma praga que não deixa nenhuma lavoura prosperar
Nesta semana recebemos a visita do
ex-senador Mário Couto, que está visitando nossa região como
pré-candidato novamente ao Senado. Ele atendeu nosso convite e concedeu
entrevista exclusiva, onde falou sobre vários assuntos, entre os quais,
faz uma análise sobre o governo de Simão Jatene. Veja a entrevista na
íntegra:
Jornal O Impacto: Conte-nos sobre sua vinda a Santarém e região.
Mário Couto: Meus
amigos, em primeiro lugar eu quero agradecer a gentileza da direção do
Jornal O Impacto por estar me recebendo aqui como pré-candidato ao
Senado. Agradeço a todos pela acolhida que estou tendo aqui em Santarém,
ao meu amigo Paulo Barrudada e sua esposa Fabrícia Barrudada, que é
minha suplente; ao prefeito Nélio Aguiar que me acolheu tão bem em uma
reunião, ao vice-prefeito José Maria Tapajós; ao presidente da Câmara,
Antônio Rocha; demais vereadores. Enfim, a todo o povo dessa terra
querida. Santarém é uma terra singular, uma terra maravilhosa, assim
como todo oeste do Pará. Me sinto feliz e satisfeito quando piso neste
solo, me sinto muito à vontade e tenho muitos amigos aqui. Por isso
estou aqui com minha família, meus filhos e minha esposa, andando por
este Estado, pois eu acho que Santarém já é uma capital. Me sinto muito
feliz em ver o tratamento que esse povo tão hospitaleiro presta a mim.
Jornal O Impacto: Você está
andando agora por toda essa região e hoje todo mundo já sabe que o
senhor é um pré-candidato ao Senado, sendo que já esteve no Senado por 8
anos e foi eleito pelo PSDB, mas hoje está em um partido diferente.
Mário Couto: Exato,
estou no Partido Progressista (PP), apenas “P” mesmo de progressista.
Militei no PSDB durante 29 anos, eu fui um dos braços direitos de Almir
Gabriel, foi ele que me colocou na política, um Governador que marcou
história no estado do Pará. Nós fomos líder com Almir Gabriel, nós fomos
presidente da Assembléia legislativa, dezesseis anos como Deputado
Estadual, e oito anos como Senador da República, total de 24 anos de
mandatos consecutivos, dentro do PSDB. Depois, como não fiquei
satisfeito com algumas atitudes do atual Governador, que é hoje quem
manda no PSDB, ter tirado a minha vaga passada do Senado, quando o
Brasil e o Pará inteiro pediam que eu fosse Senador novamente. Fiz um
trabalho singular, fiz um trabalho que o País esperava que fizesse, que o
Pará esperava que eu fizesse, fui o maior combatente da corrupção deste
Brasil. Na história de qualquer legislatura do Senado Federal, ninguém
combateu a corrupção como Mário Couto. E o Brasil inteiro clamava pela
minha volta, e de repente houve uma jogada, que não cabe entrar aqui
nesse assunto, e acabaram me tirando do Senado Federal. Mas estou aqui e
mudei de partido, estou muito satisfeito. Logicamente pra onde meu
partido for eu estarei, já sei que o meu partido vai fazer uma coligação
com MDB, e eu vou estar nesta coligação porque sou partidário, sempre
fui fiel aos meus partidos; tive três partidos em toda minha história
política, e nós estamos fazendo uma coligação logicamente para que o
País inteiro e o Pará tenham um Senador da Republica com a coragem e
capacidade de poder continuar na luta contra a corrupção.
Jornal O Impacto: É isso que eu
iria exatamente falar. É notório hoje o pensamento da grande maioria do
povo Brasileiro quando consultado, que é a questão da corrupção.
Mário Couto: A
corrupção é uma praga que não deixa nenhuma lavoura prosperar. É uma
praga que não deixa nenhum País se desenvolver. Olha, só para ter uma
idéia, tudo o que disse no Senado Federal em relação à corrupção,
aconteceu. Todas as pessoas hoje que estão presas fui eu que denuncie,
qualquer dúvida é só entrar no site do Senado e verificar meus
pronunciamentos. Teve um deles que eu jamais esqueço, que eu dizia que o
País estava à beira do abismo e que nós íamos cair dentro. E é o que
aconteceu, nós estamos hoje dentro do abismo. Aquelas políticas ninguém
nem fala, totalmente desacreditadas, totalmente desmoralizadas, e é
possível pensar o seguinte, meu amigo e minha amiga, você que me vê na
sala da sua casa, pense que o que foi roubado desse País não foi pouco,
foram trilhões de reais; só a Lava Jato e o juiz Sérgio Mouro já
trouxeram de volta, dos bolsos dos corruptos, dos ladrões desta pátria,
cinco trilhões de reais. Não estou falando em milhões e nem bilhões, e
sim em trilhões. Ah!, se a Justiça estivesse escutado este ex-Senador,
não teriam levado tanto, poderiam até levar, mas não essa grande
quantidade de dinheiro. Levaram muito, acabaram com o nosso País,
acabaram com as verbas que deveriam ser repassadas para as prefeituras,
para a educação, para a saúde, segurança etc. Muitos estão na cadeia.
Fui eu que primeiro pediu o impeachment da presidente Dilma, fui eu que
denunciei o escândalo da Petrobras, fui eu que demiti o presidente do
Dnit, fui eu que demiti o Ministro de Transporte e muitos outros
ministros. Demiti com a minha fala, com a minha boca e com a minha
honra. Eu bato no peito e batia e mandava procurar: “Procurem o que
vocês querem procurar no Mário Couto”. Foram oito anos dizendo isso, e
oito anos perseguiram minha vida e jamais acharam absolutamente nada de
mim. Aí, diziam meus inimigos, ainda vai aparecer o nome dele na Lava
Jato. Não vai não, eu não comungo com isso, porque eu sei e tenho
certeza absoluta que no dia que nós acabarmos com a corrupção no Brasil,
essa Pátria vai ser grande e poderosa. Nossos municípios vão ser
grandes e poderosos. O que mata o Brasil são essas saúvas que andam aí a
roubar o nosso povo, o nosso dinheiro. Somos nós, amigos e amigas,
somos nós que pagamos impostos. Você que é dona de casa, que é um
trabalhador, que é um empresário, você paga imposto naquele papelzinho
que vem colado no sabonete, pasta de dente, no feijão, no arroz etc;
aquilo ali é seu. Se você tirasse aquilo ali, o produto cai pela metade,
o produto brasileiro não é caro, o que é caro é o imposto. Nós pagamos
trilhões de reais de impostos, para voltar pra nós em saúde e educação,
mas não volta, porque roubam. Mas nós seremos um País grande e sério,
nós estamos começando uma grande batalha e nesta eleição já será varrido
um monte de políticos safados e desonestos e o Brasil está começando a
entrar no seu caminho. Jamais se viu nesta pátria tantos políticos
presos, Presidente impitimado. Agora estamos começando a vê eleitor mais
preocupado na direção que toma, com seu voto e sua importância
Antigamente o eleitor não sabia a importância do seu voto, ele vendia
com maior facilidade, ele vendia na esquina antes de votar a troco de
uma cachaça. Hoje não, hoje ele sabe que se não votar certo a pátria
dele jamais terá salvação. Por isso eu quero me candidatar novamente e
voltar ao Senado Federal para continuar minha grande batalha contra a
corrupção.
Jornal O Impacto: Eu não poderia
deixar de perguntar ao senhor, porque o momento no Brasil é da
insegurança, ou seja, a insegurança pública no Brasil está falida. No
Senado, o que se poderia fazer para contribuir para que o povo
Brasileiro volte a ter o prazer de poder sair à noite de sua casa, estar
na frente der sua casa e não ser assaltado e não ser assassinado?
Mário Couto: É a coisa
mais fácil. Veja bem, eu tenho discursos na tribuna do Senado, você pode
entrar no meu site, mostrando que no Governo Ana Júlia, nós devolvemos
dinheiro que deveria ser aplicado na segurança, porque não gastamos esse
dinheiro. A Insegurança faz parte da incompetência, meu Amigo. Tem
dinheiro para segurança sim e muito, o problema é que a maioria dos
governos que passaram por este Estado foi incompetente. Então, você pega
do Governo da Ana Júlia a esse Governo que está aí, e vê como a
segurança no Pará perdeu totalmente o rumo. Vou dar dados jamais vistos
na história do Pará. É impressionante, dizem que o Rio de Janeiro é o
Estado que tem mais violência, não é não! O Estado mais violento no
Brasil é o Pará, e um dos mais violentos do mundo. Nós estamos em uma
verdadeira guerra neste Estado. Em cada 100 mil habitantes morrem por
mês 77 pessoas. Isso são dados da própria Secretaria de Segurança do
Estado do Pará. Em cada 100 mil morrem 77 pessoas, nem em guerra
acontece isso. Chama-se incompetência, irresponsabilidade e
desinteresse. “O meu Governo vai acabar e eu não estou mais nem aí, que
acabe eu não posso ser mais candidato. Que interesse eu tenho?”, disse
Jatene em certa ocasião. Isso é irresponsabilidade, isso deveria dar
cadeia; o homem que pensa assim tem que ir pra cadeia, porque não é o
filho dele, porque não é a mulher dele, porque não é ele, porque ele tem
segurança pessoal. É Governador do Estado cheio de motos do lado,
acompanhando até a sala da casa dele. Não vai acontecer absolutamente
nada com ele. Mas, e com os seus próximos? Com a sua família? Eu fiz uma
passeata, uma caminhada e convoquei o povo de Belém, fui para às ruas
com mais de 1.500 pessoas, mostrando; levei a família de todos os
policias abatidos em janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho. Em
seis meses, 78 Policiais mortos. Seis meses, nunca aconteceu isso na
história do Pará e essas famílias dos policiais mortos foram comigo, nós
invadimos o Ministério Público, nós levamos um documento mostrando
todos esses dados e o Ministério Público acionou o Governo do Estado e
abriu o processo. Mas isso é pouco, tem que se fazer mais coisas.
Felizmente nós vamos ter, através da Constituição Federal, mudança no
Governo agora nessas eleições, pois se tivéssemos mais tempo para esse
rapaz governar, minha Nossa Senhora de Nazaré, só a Senhora poderia
resolver isso.
Jornal O Impacto: Bem, voltando à
questão política agora, questão em que fala de eleições, no início o
senhor abordou a suplência sua que terá uma representante aqui na
Região.
Mário Couto: Eu tenho
grande prazer e a honra em poder falar isso. Eu fui um dos poucos
políticos que lutou muito por essa região, lutei muito por uma causa que
eu acho que na hora em que nós fizermos isso, essa região vai explodir
de desenvolvimento, que é a Transamazônica. Eu consegui evoluir,
briguei, lutei; eu posso dizer que eu tenho dezoito pronunciamentos,
ofícios, requerimentos indo ao Ministério pedir o asfaltamento dessa
rodovia.
Jornal O Impacto: Aliás, interrompendo rapidinho, não é só a Transamazônica, tem também a Santarém Cuiabá, há 40 anos.
Mário Couto: As duas.
Eu posso dizer que nós avançamos bastante, ainda ontem e anteontem eu
fiz questão de ir com o meu amigo Barrudada, olhando a estrada ali
perto, andamos mais de 1.000 quilômetros; filmei, marquei trechos e
caminhamos ao longo dela, evoluímos um pouco, mas precisamos continuar
essa luta. Por isso é que veio na minha cabeça colocar na minha
suplência uma senhora que tenho absoluta certeza que como Senadora fará
um grande trabalho por essa região do estado do Pará, a Dona Fabrícia,
esposa do meu amigo Paulo Barrudada, ela está na nossa chapa. Eu tenho
uma honra muito grande, uma pessoa simples, capaz, uma pessoa honesta
que vai me ajudar muito no Senado Federal. Vamos fazer um revezamento,
eu quero que a região Oeste do Pará tenha uma Senadora da República
competente, aguerrida e corajosa. E por isso eu tive a honra e o prazer
de poder convidar o casal, fiz isso em um jantar e o marido bateu o
martelo e ela topou. Nós vamos para o Senado trabalhar por essa região,
se Deus quiser e logicamente a gente só vai poder ir se você que estiver
lendo essa matéria me ajudar.
Jornal O Impacto: Foi um prazer
muito grande, mais uma vez recebê-lo aqui e é claro agora aguardar o
restante da caminhada e vê o que vai dar!
Mario Couto: O Prazer é
meu. Eu quero agradecer ao povo de Santarém, na primeira eleição para o
Senado eu fui o mais votado aqui; na eleição passada eu não posso falar
nada porque eu praticamente não concorri, mas na primeira eleição eu
fui disparado o mais votado aqui e eu tenho certeza absoluta que o povo
de Santarém ficou muito feliz com o meus oitos anos de mandato, pois
briguei muito por essa Região, briguei muito pelo meu País, briguei
muito pelo meu Estado. Quase perdi meus dois filhos menores na época, um
de 4 meses e uma menina de 12 anos, soltaram uma bomba caseira dentro
de minha casa; minha filha que estava no meu braço foi de encontro a
parede, sofremos muito, mas não recuei e estou vendo que tudo aquilo que
eu fiz está aí. Eu costumo dizer para os meus amigos que eu não bebo
álcool, mas quando eu vejo um cara que eu denunciei, passar na TV Globo
ou em outra emissora, algemado para ir preso, eu mando a mulher abrir
uma garrafa de vinho e bebo sozinho, fico bêbado e vou dormir. É a minha
satisfação em vê o povo de Santarém, é um povo que pensa e tem cultura.
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto