Enchente atinge negativamente economia de Santarém
Empresário Bena Santos analisa efeitos que a enchente está causando no comércio santareno

Empresário Bena Santos
A inundação de ruas do centro comercial de Santarém, no Oeste do
Pará, por conta da cheia deste ano preocupa moradores e empresários. Na
manhã de sábado, 17, após o nível dos rios Tapajós e Amazonas aumentarem
gradativamente, a Rua Senador Lameira Bittencourt, considerada o centro
econômico de Santarém, foi totalmente inundada, ocasionando correria
entre os comerciantes da área.
Uma estatística feita pela Agência Nacional de Águas (ANA) aponta que o
rio Tapajós, no Oeste do Pará, já ultrapassou a marca de 8 metros. Na
sexta-feira, 16, a régua da Agência Nacional de Águas, que fica
localizada no porto da Companhia Docas do Pará (CDP) e monitora o nível
da água, marcou 8.10 metros.
Já no sábado, 17, a régua da ANA registrou a subida do rio Tapajós
quando o nível chegou a 8.22 metros, sendo 2 centímetros a menos do que
na mesma data de 2009, considerada a maior enchente ocorrida na região
Oeste paraense, quando foi registrado 8.24 m. Outra medição feita pela
ANA na manhã de segunda-feira, 19, registrou 8.12 metros, sendo 5
centímetros a menos do que no mesmo período de 2099, quando foi
registrado 8.17 metros.
Todos os municípios do Oeste paraense banhados pelos rios Tapajós e
Amazonas estão em estado de alerta. Quatro já decretaram estado de
emergência, entre eles, Óbidos, Alenquer, Aveiro e Almeirim. A Defesa
Civil Estadual continua monitorando na região a subida dos rios Tapajós e
Amazonas, e de seus afluentes, além de ajudar os ribeirinhos, em
parceria com as prefeituras.
Em Santarém, além da Rua Senador Lameira Bittencourt, outras importantes
vias estão inundadas, entre elas, as travessas 15 de Novembro, 15 de
Agosto, dos Mártires e a Avenida Tapajós, localizada na orla da cidade.
Todas foram alagadas pelas águas do rio Tapajós. Pontes improvisadas
foram instaladas pela Defesa Civil em várias ruas da cidade para
facilitar o tráfego de pedestres, assim como bombas foram instaladas na
orla para auxiliar o escoamento das águas pluviais.
Para o empresário, Bena Santos, proprietário de uma loja no centro de
Santarém, a cheia deste ano está ocasionando muitos prejuízos, porém, o
problema vem ocorrendo desde 2009, quando foi registrada a maior
enchente da região Oeste do Pará. “Esse reflexo da enchente é o efeito
dominó. Atinge tanto empresários quanto funcionários. Como a enchente
está ocorrendo em toda a região o reflexo acontece em Santarém pelo fato
de ser uma cidade pólo, não só no comércio, mas em todas as atividades
econômicas”, afirma Bena Santos.

Rua Lameira Bittencourt está completamente alagada
PESQUISA: Recentemente, segundo Bena Santos, foi
feita uma pesquisa por uma empresa especializada que apontou o valor do
prejuízo causado pela cheia em mais de R$ 300 milhões, o que deixou os
comerciantes preocupados. “Hoje, é bem maior esse volume de prejuízo,
levando em consideração que a enchente aumentou em Santarém e região e
vem dar um reflexo maior na economia da nossa cidade”, assevera.
De acordo com Bena Santos, mesmo as entidades de classe como o Sindicato
Lojista de Santarém (Sindilojas), o Clube de Dirigentes Lojistas (CDL) e
a Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES) tendo se
prevenido com antecedência, a classe empresarial não esperava que a
cheia de 2014 ocorresse nessa proporção.
“Até porque a diferença está sendo muito pouca em relação ao ano de
2009. Na tarde de sábado, 17, uma grande quantidade de água invadiu a
Rua Senador Lameira Bittencourt, ocasionando ainda mais prejuízos aos
comerciantes”, nota.
PLANEJAMENTO: No último final de semana, uma equipe da
Defesa Civil Estadual, com a ajuda do Grupamento Aéreo (Graesp),
sobrevoou as regiões mais afetadas pelas cheias no Oeste paraense. “Um
trabalho que vai ajudar no planejamento e no desenvolvimento das nossas
ações”, explicou o sargento Riler Silva, membro do núcleo regional da
Defesa Civil Estadual em Santarém.
O município de Santarém está com grande parte de sua orla alagada, assim
como Óbidos, Alenquer, Aveiro e Curuá. As cheias afetaram o trânsito e o
comércio, pelo fato de a cidade estar à margem do rio e “já possuir um
histórico de alagamentos”, disse Riler Silva.
Em 2009, quando ocorreu a maior cheia do Tapajós já registrada na
história de Santarém, o rio atingiu a marca de 8.24 metros, no dia 17 de
maio, sendo 2 centímetros acima da marca registrada na mesma data em
2014. Naquele ano, choveu durante todo o mês de maio, e o rio alcançou a
marca histórica de 8,31 metros no dia 30. Em 2014, as chuvas têm sido
intercaladas.
“As informações meteorológicas que temos é de que neste mês de maio
teremos chuvas abaixo do índice de 2009, mas não podemos afirmar que os
rios manterão seus níveis baixos”, informou o sargento Riler.
Em Alenquer, a frente da cidade está inundada. Pontes de madeira
possibilitam o acesso dos moradores as suas casas. Muitos moradores
tiveram que abandonar suas casas.